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"Desejamos que portugueses em Moçambique só estejam incontactáveis"

O primeiro-ministro esclareceu, esta quarta-feira, que o Governo não sabe neste momento se os 30 portugueses “estão desaparecidos”. O que se sabe, vincou, é que são “pessoas que não conseguimos contactar", o que pode dever-se a “motivos tecnológicos”, sustentou António Costa.

"Desejamos que portugueses em Moçambique só estejam incontactáveis"
Notícias ao Minuto

14:20 - 21/03/19 por Ana Lemos

País António Costa

A partir de Bruxelas, onde se deslocou esta quinta-feira para participar no Conselho Europeu, o primeiro-ministro português fez um ponto da situação em Moçambique, esclarecendo desde logo que é prematuro afirmar que os 30 cidadãos portugueses estão desaparecidos.

"Não sabemos se estão desaparecidos, são pessoas que não conseguimos contactar. Pode haver motivos vários. Desejamos que sejam só motivos tecnológicos, de as redes estarem sem funcionar", afirmou António Costa em declarações aos jornalistas, garantindo que o Governo português está no terreno, e fora dele, "em contacto permanente com as autoridades moçambicanas".

Ao lado da Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, Federica Mogherini, o primeiro-ministro português lembrou que a União Europeia já “libertou uma verba de dois milhões que serão alocados a Moçambique, mais um parcela de um milhão ao Maláui e outra de 500 mil euros ao Zimbabué” e hoje o Estado moçambicano ativou o mecanismo de emergência europeu “e, portanto, neste momento há já representantes da UE no terreno a fazer o levantamento da situação, das necessidades e, nessa função, a UE avaliará as necessidades e acompanhará o esforço da comunidade internacional”.

Mas, sublinhou, António Costa, “é preciso ter em conta que, obviamente, a situação ainda não está estabilizada, portanto não há ainda uma dimensão total das necessidades” que o país precisa. “Aquilo que para já o conjunto dos Estados, que tem mobilizados recursos, designadamente Portugal, tem feito é destacar elementos que, em primeiro lugar, visem proteger as populações, em segundo, fazer buscas e salvamentos, procurando identificar as pessoas que estão incontactáveis”.

“Depois de tudo estabilizado, as autoridades moçambicanas estarão em melhores condições para delimitarem bem as necessidades relativamente à ajuda internacional”, explicou o governante português.

Por seu turno, Federica Mogherini garantiu que a UE está "totalmente mobilizada" para ajudar. "Moçambique tem de saber que a UE, e eu pessoalmente, nós pessoalmente, estaremos totalmente mobilizados para os acompanhar passo a passo e para ajudar o país a recuperar desta tragédia terrível, terrível (...) Estamos lá para os apoiar com toda a nossa energia e com todos os nossos recursos, também de uma forma coordenada com os Estados-membros. E quero agradecer a Portugal pelo que já tem feito", declarou a chefe da diplomacia europeia, depois de um encontro entre ambos à margem da reunião do Partido Socialista Europeu, a anteceder o Conselho Europeu.

O rasto de destruição e morte deixado à pasagem do Idai

O ciclone Idai, já apontado como um dos piores desastres do Hemisfério Sul, deixou um rasto de destruição à passagem por Moçambique, Maláui e Zimbabué. Os balanços provisórios apontam para mais de 300 mortos, mas é possível que esse número venha a ultrapassar os mil. Entre os três países, há mais de 1,5 milhões de pessoas afetadas, incluindo cidadãos de nacionalidade portuguesa.

Com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, o ciclone atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite da semana passada, deixando os cerca de 500 mil residentes da quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

O mau tempo, contudo, não dá tréguas, com previsão de chuva intensa e trovoadas até ao fim de semana.  Outra das preocupações é a abertura das barragens para evitar colapsos. 

Só em Moçambique, as autoridades falam em mais de 200 vítimas mortais e de 350 mil pessoas "em situação de risco". Quanto à população portuguesa afetada pelo Idai, o Governo apenas conseguiu reunir informação esta quarta-feira, tendo divulgado, em conferência de imprensa, que há 30 portugueses ainda por localizar na cidade da Beira

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