ERC pede medidas para impedir acesso a imagens do atentado
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) pediu hoje aos 'media' nacionais que implementem medidas que impeçam o acesso às imagens do atentado na Nova Zelândia, captadas pelo terrorista.
© Getty Images
País Regulador
Numa nota enviada à imprensa, a ERC revela que aprovou um parecer na quarta-feira, em que pede "aos órgãos de comunicação social em causa que adotem as medidas necessárias para impedir, de forma efetiva e imediata, o acesso generalizado e acrítico a esse tipo de imagens, quer através dos meios técnicos ou tratamento editorial adequado, quer, se necessário, através da sua remoção".
O organismo considera que as imagens, captadas no dia 15 durante o ataque às duas mesquitas, "pela sua notória violência, são suscetíveis de afetar, de forma manifesta e grave, os públicos sensíveis que com elas tenham contacto" e que "permanecendo em páginas eletrónicas" de media nacionais "sem os necessários cuidados editoriais, são passíveis de ser vistas a qualquer momento, em toda a sua crueza e violência".
Também o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas condenou hoje a difusão pelos meios de comunicação social portugueses de imagens do atentado às mesquitas na Nova Zelândia, captadas pelo próprio terrorista.
Em comunicado, a entidade garante que "tal difusão insere-se no domínio da banalização do terror, além de representar uma falta de respeito pela dignidade das pessoas assassinadas".
Para o sindicato, "a difusão acrítica de imagens está, por outro lado, em choque com o que é e deve ser o jornalismo, sempre obrigado ao escrutínio e à reflexão crítica".
O Conselho Deontológico da estrutura apelou ainda aos jornalistas portugueses e às direções de informação para que, "de futuro, em situações do mesmo tipo resistam em ceder à banalização acrítica do terror".
O Youtube anunciou que removeu "dezenas de milhares" de vídeos a mostrar a ataque terrorista em Christchurch (Nova Zelândia), que causou 50 mortos e 50 feridos e foi transmitido em direto na rede social Facebook.
Em comunicado, a página dedicada a vídeos que pertence à Alphabet (casa-mãe da Google), explica que o volume de gravações do ataque que foram enviadas para a rede a partir da transmissão original, que foi eliminada de imediato, "não tem precedentes, tanto ao nível da escala como de rapidez".
A velocidade com que os vídeos foram colocados no Youtube, nas horas após o ataque, atingiu um novo vídeo a cada segundo, disse a empresa, que garante ter eliminado as contas que "promoveram ou glorificaram o que aconteceu".
Brenton Tarrant, um australiano nacionalista branco, é o suposto responsável pelos ataques às mesquitas Al-Noor e de Linwood, no dia 15 de março, que fizeram 50 mortos e quase meia centena de feridos.
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