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Brexit: Para Portugal e Espanha "a bola está do lado" dos britânicos

Para Portugal e Espanha, os próximos passos do 'Brexit' cabem aos britânicos, com a diplomacia dos dois países a esperar que "à terceira" seja de vez, numa referência à nova votação no Parlamento britânico sobre o acordo com Bruxelas.

Brexit: Para Portugal e Espanha "a bola está do lado" dos britânicos
Notícias ao Minuto

21:14 - 15/03/19 por Lusa

País MNE

"A bola, como se diz em Portugal, continua do lado dos britânicos. Nós saberemos antes do Conselho Europeu [agendado para 21 e 22 de março], se o Parlamento britânico aprova uma terceira tentativa. Em português diz-se à terceira é de vez", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo espanhol, Josep Borrell, que hoje esteve em Lisboa para uma reunião de trabalho.

O chefe da diplomacia portuguesa referia-se à nova votação, até quarta-feira (20 de março), no Parlamento britânico, para a qual o governo liderado por Theresa May está a trabalhar em contrarrelógio tentando garantir o apoio suficiente para fazer passar o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Na proposta de adiamento da data do Brexit (como é conhecida a saída britânica do bloco comunitário e que está agendada para 29 de março) aprovada na quinta-feira, o governo propôs uma "prorrogação técnica curta e limitada" de três meses, até 30 de junho, caso o parlamento aprove um acordo antes do Conselho Europeu.

Caso o acordo que foi negociado entre o governo britânico e a UE a 27 seja aprovado, "é muito fácil de concluir todos os procedimentos legislativos que ainda estão por concluir até 30 de junho" mas, "se o acordo for mais uma vez reprovado no parlamento britânico, o Reino Unido terá de pedir uma extensão do prazo de saída mais ampla e terá de justificar esse pedido", detalhou Santos Silva.

"Porque não se trata então de uma questão técnica, mas sim de uma questão política que exige o tempo necessário para puder ser resolvida", referiu o ministro português, reforçando que a iniciativa pertence agora às autoridades britânicas e que os chefes de Estado e de Governo da Europa quando estiverem reunidos, na próxima semana, em Conselho Europeu terão de ter um pedido de Londres, seja ele qual for.

Ao lado do homólogo português, Josep Borrell reforçou: "Penso que o pior que nos poderia acontecer seria o Reino Unido ficar na UE porque não encontra a porta de saída (...) porque não sabem como sair".

"Desejaríamos que ficassem, mas tem de ser porque querem ficar, não porque não sabem como sair", frisou.

No seguimento das palavras do ministro espanhol, Augusto Santos Silva lembrou que os britânicos podem sempre, se assim o decidirem, permanecer no bloco europeu.

"Portugal tem sempre de acrescentar a esta frase que o Reino Unido pode sempre, a qualquer momento, decidir continuar na casa que é sua, que é a UE", disse o ministro português.

Questionado sobre a possibilidade de o Reino Unido ainda participar nas futuras eleições europeias agendadas para finais de maio, Santos Silva esclareceu: "O nosso entendimento é muito simples. Se o Reino Unido pedir uma extensão do prazo de saída para além de 30 de junho é obrigatório que realize eleições europeias".

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