Ministra e autarcas discutem prolongamento do quebra-mar de Leixões
A ministra do Mar reúne-se hoje com as câmaras do Porto e Matosinhos, para discutir as obras de prolongamento do quebra-mar do Porto de Leixões, revelou hoje o presidente da Câmara do Porto.
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País Mar
Segundo o presidente da autarquia, Rui Moreira, a iniciativa da reunião partiu de Ana Paula Vitorino, que se terá mostrado sensível às questões levantadas pela Câmara do Porto, e junta à mesma mesa Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Comunidade Portuária de Leixões, provedor, autarquias e Governo na Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
"Sucede que a ministra do mar alertada para isto, falou comigo e disse que ela própria estava preocupada com algumas das questões levantadas e que entendia que deveria vir ao Porto e promover uma reunião", disse.
Rui Moreira falava na Assembleia Municipal do Porto, reiterando a posição já defendida na última reunião de executivo, na qual foi aprovada uma moção que quer que o projeto de prolongamento do quebra-mar do Porto de Leixões seja reavaliado e que seja garantida a minimização dos seus impactos.
Em causa está a obra anunciada na semana passada pela ministra do Mar, que visa o prolongamento do quebra-mar exterior do Porto de Leixões, bem como acessibilidades marítimas a esta infraestrutura.
"Nós gostaríamos de ter resposta. (...) Gostaríamos de saber se o molhe tem que ter 200 metros, 250 ou tem que ter os 300, gostaríamos de saber se por baixo do molhe vai ter ligações de água, gostaríamos de saber se o trabalho que está a ser feito na Ribeira da Riguinha não seria melhor fazer um exutor de um quilómetro. Tudo isto nós gostaríamos de saber", afirmou.
O autarca estranhou ainda que, por um lado a APA defenda que "a forte erosão obriga a demolir edifícios" em municípios como o do Porto, mas, ao mesmo tempo avance com a construção de "um muro" que tem como resultado o fim da ondulação.
"Podem ter sido técnicos diferentes da APA, mas isto é um bocadinho inverosímil", concluiu, defendendo a necessidade de se fazer um "verdadeiro estudo de impacto ambiental".
Questionado pelo líder da bancada municipal do PSD, Alberto Machado, sobre se a autarquia tinha pressionado a ministra durante o processo de consulta pública, Rui Moreira deixou claro que a autarquia "fez aquilo que tinha a fazer", sublinhando que não tinha que pressionar quem quer que fosse.
"É suposto que a discussão pública, no seu resumo, por um lado agregue as perguntas colocadas e depois tente dar resposta a alguma delas. Acontece que não o faz. O relatório da discussão publica foi feito como um caderno de argolas em que juntaram lá aquilo que é a nossa preocupação", frisou.
Segundo o autarca, "os investimentos alternativos não se podem ficar pela transladação das escolas de surf", até porque, sublinhou, "é diferente ter uma costa virada para o mar ou para um lago artificial".
Na sua intervenção, o social-democrata Alberto Machado disse ainda que o PSD está muito preocupado com os impactos desta obra e criticou o parecer da Câmara de Matosinhos que "politicamente é de uma brandura muito grande".
"O paredão irá ter uma orientação para oeste, mas mesmo assim estes 300 metros vão implicar que as ondas em toda a área de Matosinhos e da praia Internacional, no Porto, vão ser seriamente afetadas", declarou.
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