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"Quem quer casar com um paspalho?", questionam as Capazes

Num texto publicado no seu site, as Capazes criticam as estações de televisão SIC e TVI pelas escolhas relativamente aos programas que estrearam este domingo em horário nobre.

"Quem quer casar com um paspalho?", questionam as Capazes
Notícias ao Minuto

15:36 - 11/03/19 por Filipa Matias Pereira

País Notícias

As televisões SIC e TVI estrearam este domingo dois programas - 'Quem quer namorar com um agricultor?' e 'Quem quer casar com o meu filho?', respetivamente... E a polémica instalou-se. 

As Capazes, numa publicação no seu site, recorrem à ironia para abordar o tema: "Bons machos alfa procuram senhora ou menina para casar com as seguintes características": "Seja bem parecida (isto é, tenha umas maminhas que se vejam mas não estejam muito à mostra, tenha uma silhueta invejável tipo 'pinup' e uns dentes direitos e branquinhos);", sendo que estes são "fatores de exclusão". 

A candidata ideal deve também "saber cozinhar, não ser ciumenta, ser séria, ter tido poucos namorados e apenas relações longas, que não tenha sido traída, que seja aventureira, não esteja desempregada" e "que adore a sogra".

A SIC, como defende a plataforma, "pôs várias mulheres a competir para agradar a um macho", enquanto que a TVI "pôs várias mulheres a competir para agradar à mamã de um macho". A autora do texto, Catarina Corvo, chega mesmo a dizer que as candidatas "não perceberam mas, pelos vistos, estão a ser contratadas para sopeiras". 

No seu entendimento, "a SIC e a TVI acharam uma ideia interessante utilizar o seu horário nobre para dizer a todas as meninas que estão em casa a assistir TV que têm de saber cozinhar para serem merecedoras de marido e que, se fugirem dos padrões acima mencionados, vão ser ridicularizadas como foram algumas das concorrentes dos programas". Ora, as televisões em causa querem, "como todos os machistas, que as meninas cresçam a achar que têm de se esgatanhar entre elas para obter a atenção de um macho e que devem continuar a cingir-se ao papel de 'lady na mesa, louca na cama…e serva na cozinha'". 

As candidatas são ainda equiparadas, neste texto das Capazes, "a  peças encomendadas de uma loja online, em que aquelas que preenchem os requisitos podem ser utilizadas, enquanto que as que apresentam defeito são recambiadas com selo de devolução. Uma vergonha". 

É, pois, "de lamentar que, numa época em que tanto se fala de igualdade, de movimentos de empoderamento da mulher e de luta contra o machismo, a televisão portuguesa esteja disposta a mandar tudo para escanteio em troca de audiências. Devemos perguntar à SIC, que tanto mérito teve pela emissão do programa “E se fosse contigo?” por quanto é que vendeu os seus valores para vir agora promover um formato que representa o total oposto do que defendia". 

A autora do texto recorda simultaneamente o número de mortes só em 2019 vítimas de violência doméstica, 12, para logo depois atirar: Vem "a SIC e a TVI conspurcar ainda mais a sociedade com este machismo retrógrado de 'o homem na poltrona, a mulher no tacho'. Tão melhor empregue tinha sido o tempo e o dinheiro a fazer um programa onde aqueles filhinhos da mamã fossem aprender a cozinhar e a lavar as próprias cuecas. Agora a sério: juro que fazer massa com atum não é difícil". 

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