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Leiria: Ministra da Saúde vai avaliar funcionamento do Centro Hospitalar

O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) vai ser alvo de uma avaliação, por parte Ministério da Saúde, com o objetivo de perceber os problemas existentes e avançar com as "decisões adequadas" para os resolver, afirmou hoje o autarca Raul Castro.

Leiria: Ministra da Saúde vai avaliar funcionamento do Centro Hospitalar
Notícias ao Minuto

18:53 - 06/03/19 por Lusa

País Autarca

"Vamos aguardar mais uns dias para sabermos que medidas vão ser tomadas para resolver essa situação", disse o presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raul Castro (PS), em declarações à agência Lusa, após uma reunião com a ministra da Saúde, em Lisboa.

De acordo com o autarca, a ministra Marta Temido "assumiu o interesse em fazer uma análise um pouco mais profunda àquilo que está a acontecer" no CHL, para perceber as causas dos problemas que afetam a unidade hospitalar e "tentar, a partir daí, arranjar soluções adequadas".

Na perspetiva de Raul Castro, o grande desafio que tem sido colocado ao CHL está relacionado com a esfera territorial afeta a esta unidade hospitalar, já que em 2011 passou a acolher o município de Pombal e em 2013 acolheu os concelhos de Nazaré e Alcobaça: houve "um compromisso de ampliar os recursos para dar resposta aos utentes destes concelhos, mas que não se verificou", referiu.

Apesar do problema de recursos, "o centro hospitalar não deixou de continuar a prestar um bom serviço" com essas mudanças, assegurou o presidente da Câmara de Leiria, indicando que a situação se alterou com a entrada do concelho de Ourém, distrito de Santarém, em 2016, na esfera do CHL.

"Há um impacto desmedido, porque havendo no concelho de Ourém muitos lares, especialmente em Fátima, isso significa que há muitos utentes de terceira idade mais necessitados desse tipo de apoio, portanto o caminho que seguem hoje é para o hospital de Leiria e isso causa fluxos anormais, que efetivamente depois são complementados com as situações de crise pontuais", explicou o autarca.

Além do impacto do alargamento da esfera territorial, o CHL enfrenta um problema de "excesso de pessoas que caem nas urgências, onde cerca de 40% são situações que não deviam estar ali, podiam ser resolvidas noutros lados".

A situação deu origem ao "caos" no funcionamento do hospital de Leiria, referiu Raul Castro, defendendo que se deve evitar "a repetição de afluxos anormais que têm havido às urgências e que têm posto em causa a própria qualidade do serviço".

Sobre a demissão do presidente do Conselho de Administração do CHL, Helder Roque, o presidente da Câmara de Leiria sublinhou que foi motivada pela falta de recursos no hospital.

"Foram prometidos apoios no sentido de reforçar com recursos humanos, seja médicos, enfermeiros e algum pessoal auxiliar, coisa que não tem acontecido por aí além, não é em número que ele entende que sejam os necessários para dar resposta", apontou.

O autarca sublinhou que não basta dizer que o CHL passa a acolher utentes ou necessidades de concelhos periféricos, se depois não houver "uma resposta adequada para manter essa qualidade de serviço", que "era uma marca" do hospital

Segundo Raul Castro, a ministra da Saúde ficou "sensibilizada com a realidade que, infelizmente, se passa em Leiria".

Neste sentido, o autarca manifestou-se confiante em que Marta Temido vá tomar decisões adequadas para "tentar mitigar" os problemas existentes no CHL pelo "interesse de todos os leirienses, especialmente, e das populações periféricas".

Também presente na reunião desta tarde, o deputado socialista António Sales, eleito pelo círculo de Leiria, pediu à ministra mais recursos para o serviço de urgência do hospital.

"Recebemos da senhora ministra da Saúde o testemunho de reconhecimento das dificuldades existentes e de empenho na realização de várias intervenções imediatas que são necessárias para melhorar as condições e a capacidade de resposta do serviço de urgência, que implicam um reforço calendarizado de recursos com vista à resolução do referido problema", afirmou António Sales à agência Lusa.

Para o deputado, algumas das medidas passam por "uma maior articulação com os cuidados primários, nomeadamente com o alargamento de horários em centros de saúde estratégicos, bem como uma otimização da dotação de camas instaladas nos serviços, de forma a permitir uma maior fluidez de doentes de urgência para o internamento".

António Sales defendeu ainda "uma melhor articulação com a rede de cuidados continuados e com as equipas de gestão de altas, de forma a criar condições para uma maior rotação de internamentos".

O socialista destacou ainda o "esforço e o empenho que o Conselho de Administração e os profissionais do CHL têm feito no sentido de, mesmo em situações adversas, criar condições para uma prestação de cuidados de saúde de qualidade à população de Leiria".

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