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"As relações entre Portugal e Angola sempre foram especiais"

João Lourenço, presidente de Angola, indicou, em entrevista à RTP, que serão precisos “nervos de aço” para fazer frente à corrupção. Sobre as relações com Portugal, esclarece que estão “no pico da montanha”.

"As relações entre Portugal e Angola sempre foram especiais"
Notícias ao Minuto

21:47 - 04/03/19 por Anabela de Sousa Dantas com Lusa

País Angola

Na mesma semana em que foi anunciado que o Governo português pediu desculpas a Angola, na sequência do incidente de violência policial no Seixal, a RTP emite uma entrevista com o presidente angolano, João Lourenço, onde este elogia as relações com Portugal.

“Neste preciso momento, as relações estão no pico da montanha, lá bem acima”, afirmou, questionado sobre o tema pelo jornalista Vítor Gonçalves, sublinhando o “dever de continuar a trabalhar” no sentido de as manter.

O presidente recusa a ideia de que foi intencional a ausência de referência a Portugal no seu discurso inaugural, em 2017, dizendo que “as relações entre Portugal e Angola sempre foram especiais desde a proclamação da independência em 1975”. “Não houve nenhuma omissão intencional. A única verdade que há nisso é que não citei o nome de Portugal”, acrescentou.

A entrevista também abordou o combate à corrupção, um dos bastiões do governo de João Lourenço. Indicando que está “simplesmente a cumprir aquilo que o partido” lhe pediu para fazer, afirmou que este é um combate “do MPLA e de praticamente toda a sociedade”.

Sem se surpreender com a dimensão da corrupção do país, uma vez que é “parte do sistema”, acredita “ter os nervos de aço suficientemente fortes para levar este combate até ao fim, sejam quais forem as dificuldades e as ameaças” que possam surgir.

Convidado a debruçar-se sobre o afastamento de funções de três dos filhos do ex-presidente angolano – Isabel dos Santos, José Filomeno dos Santos e Welwitschea dos Santos -, que espoletou acusações de perseguição, o atual presidente é perentório: "Se se toca em ministro, em generais, não se toca em cidadãos que – mesmo sendo filhos de quem são – não deixam de ser cidadãos comuns? Acho que a afirmação de que é uma perseguição à família do anterior Presidente não colhe".

O presidente angolano acrescentou que o diferendo com Portugal a propósito da investigação da Justiça portuguesa a Manuel Vicente, por suspeitas de corrupção, enquanto presidente da petrolífera angolana Sonangol, resultou do incumprimento de um acordo ao abrigo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, ao nível da Justiça, com Luanda a reclamar receber o processo.

"Para Angola, essa questão foi relevante porque nós estávamos perante um incumprimento de um acordo entre dois Estados - e dois Estados que se querem bem - e havia a necessidade de uma das partes recordar à outra parte que tínhamos um acordo que precisa de ser cumprido. Felizmente, o bom senso acabou por vencer e esse momento difícil passou rapidamente e não deixou sequelas", declarou João Lourenço.

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