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ADSE: "Não nos podemos deixar capturar pelos interesses dos privados"

O primeiro-ministro garante que o Governo vai negociar "com firmeza" com os grupos privados de saúde sobre os acordos com a ADSE. Para Costa, não é ilegítimo que estes grupos queiram ter "mais proveitos". "Mas a maneira como se atua pode ser", disse.

ADSE: "Não nos podemos deixar capturar pelos interesses dos privados"
Notícias ao Minuto

18:07 - 14/02/19 por Melissa Lopes

Política António Costa

Antes de se debruçar em detalhe sobre o conflito entre a ADSE e os grupos privados de saúde, que ‘rasgaram’ os acordos com o subsistema de saúde, o primeiro-ministro quis deixar uma “palavra de confiança a todos os beneficiários”, afirmando que os cuidados de saúde não estão em causa.

Esses cuidados, garantiu, “estarão integralmente assegurados, assim como também estará assegurada a continuidade da ADSE”. No entanto, lembrou, para isso “é essencial que a ADSE mantenha boas condições de solidez financeira e boas condições comerciais”.

Sobre o conflito em si, António Costa comentou que temos, neste momento, “uma negociação de uma das partes que quer aumentar os seus proveitos”, ou seja, os grupos privados (Luz Saúde, José de Mello Saúde, a que se juntou o Grupo Lusíadas Saúde). Para o primeiro-ministro, o querer aumentar os proveitos, em si, “não tem nada de ilegítimo”. Já “a forma como se atua pode ter”, considerou.

Pedindo serenidade e assegurando que o Executivo vai “garantir todos os direitos dos beneficiários da ADSE”, Costa avisou: “Naturalmente também não nos podemos deixar capturar pelos interesses dos privados, que gostariam naturalmente de ganhar mais do que aquilo que é razoável ganhar”.

O chefe do Governo aproveitou para lembrar que “as autoridades judiciárias já sinalizaram e determinaram que tínhamos o dever de recuperar pagamentos que foram feitos a mais e que foram recebidos abusivamente por parte de alguns dos prestadores de serviço” e, por isso, o Governo vai fazer “o que lhe compete”: “negociar com firmeza”.

“Estamos a negociar garantindo, simultaneamente, os cuidados de saúde a que todos os beneficiários têm direito mas a garantir também a solvabilidade da ADSE”, explicou, mostrando-se confiante de que não está em causa a continuidade do subsistema de saúde. 

Finalizando as declarações sobre o tema, António Costa exigiu “boa-fé” do lado dos privados nas negociações porque será dessa forma que o Governo irá negociar. E notando que não é intenção do Executivo “explorar nenhuma entidade privada”, o primeiro-ministro reforçou: “Não podemos aceitar que haja posições abusivas como aquelas que foram identificadas no passado pelas autoridades judiciárias”.

Questionado ainda sobre o facto de o diferendo entre a ADSE e os privados e a greve dos enfermeiros coincidirem com o momento em que se está a preparar uma lei de bases da saúde, António Costa descartou por completo existir alguma ligação entre estes acontecimentos. 

"Se vivesse no mundo da ficção e da teoria da conspiração, diria que não há coincidências, mas não vivo, nem quero alimentar nem acreditar que alguma vez isso tivesse alguma coisa a ver com a discussão de uma lei de bases para a saúde", declarou, sublinhando  que "vivemos numa democracia madura, onde cada um respeita a posição do outro, onde a soberania do poder legislativo para a definição de uma lei de bases não pode ser condicionada nem por ações de enfermeiros nem por esta frente dos grupos privados de saúde". 

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