Ordem dos Enfermeiros garante que nenhum hospital reportou infrações
Ana Rita Cavaco esteve, esta terça-feira, reunida com os sindicatos dos enfermeiros e os diretores dos hospitais afetados pela greve cirúrgica.
© Blas Manuel
País Ana Rita Cavaco
Ana Rita Cavaco esteve, esta terça-feira, reunida com os sindicatos dos enfermeiros e com os diretores dos hospitais onde decorrem as greves às cirurgias em blocos operatórios e garante que nenhum dos representantes das unidades hospitalares públicas em questão reportou infrações.
"Essa tem de ser uma questão colocada aos hospitais porque aqui, haver ou não haver serviços mínimos, é pela boca de todos eles, enfermeiros e diretores uma interpretação da tutela. Todos os dias há um 'report' da atividade diária dos blocos operatórios que estão em greve e uma reunião semanal com a senhora Secretária de Estado da Saúde", garantiu.
A bastonária dos enfermeiros, garantiu ainda que a Ordem está disponível para novas negociações e, tal como já tinha referido, pede "bom senso" ao Governo.
"Como em tudo tem de haver negociação e tem de haver bom senso. Nós já demos o primeiro passo que deve ser a aproximação ao Governo e ao ministério da Saúde. Não sei se ainda dura o nosso castigo de não termos audiências e não sermos recebidos. Penso que não, que isso se irá resolver esta semana", disse, acrescentando que a Ordem aguarda agora uma resposta do Ministério da Saúde ao novo pedido de audiências, desmarcadas, anteriormente, pelo Governo.
Recorde-se que, o Conselho de Ministros decretou, na passada quinta-feira, uma requisição civil na greve dos enfermeiros em blocos operatórios em curso desde 31 de janeiro, alegando incumprimento da prestação de serviços mínimos.
A requisição civil foi feita aos enfermeiros do Centro Hospitalar e Universitário de S. João, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e Centro Hospitalar de Tondela-Viseu.
Já os sindicatos dos enfermeiros avançaram com uma intimidação para impedir a requisição civil do Governo. Os sindicalistas garantem que "em momento algum", os "seus autores identificaram que concretos serviços mínimos foram violados, em que circunstâncias, tempo, modo e lugar, e que informações detalhadas são essas, e o que dizem".
"Falta [à ministra da Saúde] autorização para negociar"
Já sobre as suspensões das convenções dos hospitais privados, José de Mello Saúde e Luz Saúde, com a ADSE, Ana Rita Cavaco disse que, tal como acontece com o caso dos enfermeiros, tem de haver "bom senso e abertura para negociações" de ambas as partes. Contudo, como "falta [à ministra da Saúde] autorização para negociar" o caso pode vir a ser "bastante dramático".
"É evidente que há espaço para todos coexistirem. Há o Sistema Nacional de Saúde (SNS) e há os prestadores privados e hoje, muitas dessas pessoas, eu incluída, que recorrem a esses hospitais porque têm uma convenção com a ADSE vão ter que recorrer aos hospitais da rede do SNS que todos nós sabemos que está com uma resposta muito deficiente. E isso é dramático", explica.
Ana Rita Cavaco aproveitou ainda a presença dos jornalistas para relembrar que "todos os hospitais estão numa situação muito difícil relativamente ao número de enfermeiros que têm para manter o serviços abertos e dar resposta aos cidadãos" porque, garante a bastonária, o Ministério da Saúde não está a despachar as substituições dos enfermeiros que rescindem os seus contratos "ou porque vão para o estrangeiro, ou trabalhar para entidades privadas".
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