À saída da prisão, Leonor Cipriano disse esta quinta-feira não querer relacionar-se com o seu irmão, apesar de não querer, diretamente, atribuir-lhe culpas no desaparecimento da filha.
“Não quero nada com ele. Porque dei-lhe casa e se não lhe tivesse dado casa, se calhar a minha filha não tinha desaparecido”, referiu em declarações à TVI, reforçando que a própria não tem “nada a ver” com o desaparecimento de Joana.
Questionada sobre o facto de ter confessado, ao longo do processo, que tinha assassinado a filha, tendo inclusive dado indicações onde estaria o corpo (que lhe valeram uma condenação por falsas declarações), Leonor Cipriano justificou:
“Torturaram-me tanto, deixaram-me toda roxa de tanta porrada que me deram que cheguei a um ponto em que já não sabia o que estava a dizer, já não dizia coisa com coisa”.
Leonor Cipriano admitiu que sim, que confessou ter assassinado a filha, mas diz estar arrependida de o ter feito, uma vez que, como alega, não matou Joana.
“Com a porrada que levei, disse [que a matei]. Mas se o arrependimento matasse, hoje era uma pessoa morta. Mas não fiz [mal à filha]. E tenho a cabeça erguida e vou sair daqui e sei que não o fiz. Vou a todo o sítio que eu poder ir, vou à procura da minha filha, hei-de encontrá-la, nem que seja não sei onde. Porque até hoje nunca tiveram provas, não encontraram a minha filha e meteram-me aqui dentro, sem provas sem nada”, disse.
Apesar disso, Leonor Cipriano não vai pedir uma revisão do processo, deixando “tudo como está”. “Vou trabalhar e fazer a minha vidinha”.