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Misterioso pó investigado. Afinal, o que se passa em Paio Pires?

A ZERO considera pertinente a investigação do Ministério Público às queixas da população de Paio Pires.

Misterioso pó investigado. Afinal, o que se passa em Paio Pires?
Notícias ao Minuto

08:00 - 30/01/19 por Filipa Matias Pereira

País Seixal

A aldeia de Paio Pires, no Seixal, registou, em janeiro, 13 dias em que foi ultrapassado o valor-limite de partículas, "o pior registo do país", denuncia a ZERO.

O jornal Público avançou esta terça-feira que o Ministério Público está a investigar amostras de pó branco e poluição, recolhidas em 19 de janeiro pela GNR, em automóveis e edifícios na Aldeia de Paio Pires, as quais foram encaminhadas para a Agência Portuguesa do Ambiente.

De acordo com a agência Lusa, o vereador do Ambiente na Câmara do Seixal defendeu que é preciso identificar e eliminar a origem não só do pó branco que tem aparecido recentemente na Aldeia de Paio Pires, como o pó escuro, frequente desde 2014.

Segundo o mesmo vereador, nos últimos 15 dias tem-se registado com alguma intensidade um pó branco que chega a "cobrir na totalidade as viaturas" na zona industrial do concelho, em Paio Pires, tendo a autarquia já recebido "dezenas de reclamações" em relação à qualidade do ar.

Também em 2014 se verificaram poeiras escuras nesta área, "uma poluição que se identificava como sendo da Siderurgia Nacional", atualmente denominada como SN-Seixal, que produz aço e derivados do aço a cerca de 300 metros do centro histórico da Aldeia de Paio Pires, segundo o autarca. Na altura, através da criação de um grupo de trabalho com representantes da autarquia e do Governo, foi concluído que "a exploração da empresa não respeitava todos os condicionamentos legais" e foi dado um prazo até ao final de 2015 para se resolver o problema.

Já em relação ao pó branco, Joaquim Tavares esclareceu também à Lusa que não pode precisar que esteja relacionado com a Siderurgia, mas que "de certeza está ligado à atividade industrial".

Em comunicado enviado às redações, a Associação Sistema Terrestre Sustentável explica que "as emissões da indústria siderúrgica, no que respeita às partículas, podem representar uma maior ameaça à saúde pública pela presença de metais pesados e de diversos compostos que agravam quer uma maior ocorrência de doenças, quer de uma maior mortalidade, afetando principalmente as populações mais sensíveis (crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios)". 

Com efeito, a ZERO considera pertinente a investigação do Ministério Público às queixas da população, aproveitando ainda a oportunidade para denunciar o facto de o Plano de Melhoria da Qualidade do Ar não estar em vigor. Lisboa e Vale do Tejo está sem este plano "desde 2012". 

A ZERO entende, por isso, "que é inadmissível o atraso sistemático na aplicação dos Planos de Melhoria da Qualidade do Ar na Região de Lisboa e Vale do Tejo, que identificou como áreas problemáticas o centro de Lisboa e a situação em redor da Siderurgia Nacional em Paio Pires, concelho do Seixal, devido à sistemática ultrapassagens dos valores-limite de partículas inaláveis". 

Salienta ainda a ZERO que "a única estação de monitorização de qualidade do ar existente em Paio Pires poderá não refletir na totalidade os impactes na qualidade do ar com origem na atividade da Siderurgia Nacional". A Associação "concorda com a realização de uma campanha de monitorização da qualidade do ar que permita averiguar, sem margem para dúvidas, quais os reais impactes da atividade da empresa na qualidade do ar". 

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