Bombeiros em protesto forçam entrada no Ministério do Trabalho
Polícia e bombeiros viveram momentos de tensão no início da tarde desta segunda-feira.
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País Tensão
Os bombeiros sapadores de Lisboa estiveram em protesto, esta segunda-feira à tarde, na Praça de Londres, e forçaram a entrada no Ministério do Trabalho.
Os cerca de 150 soldados da paz a manifestarem-se tentaram ‘furar’ a barreira de segurança criada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública que estavam no local, o que deu origem a momentos de tensão.
O objetivo dos bombeiros era o de entregar uma carta reivindicativa ao ministro, na qual exigem "um limite de idade adequada para a reforma sem cortes" e "um salário consoante o risco da profissão".
Depois, os bombeiros sentaram-se, ordeiramente, no chão em frente ao ministério, mas, entretanto, interromperam o trânsito junto à Praça de Londres. Enquanto ocupavam a estrada, os manifestantes gritavam "não nos tirem o pão".
O trânsito foi desviado para a Avenida João XXI, constatou a Lusa no local.
Saliente-se que os bombeiros contestam propostas como o aumento para os 60 anos do limite de idade para a reforma e a redução do salário-base destes profissionais.
Os sapadores apresentaram ainda um pré-aviso de greve de 15 dias, a começar às 00h00 de dia 22 de janeiro e a terminar em 5 de fevereiro.
Entre buzinas, apitos e sirenes, exibem faixas que dizem "Bombeiros com 60 anos! Quem salva quem?" ou "Sapadores bombeiros dizem não à destruição da carreira e da aposentação".
Apesar de ser uma manifestação dos sapadores de Lisboa, os profissionais tiveram o apoio de um grupo de bombeiros de Setúbal e um outro de Tavira (distrito de Faro).
Segundo António Pascoal, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, e igualmente dirigente dos bombeiros, o novo estatuto, nomeadamente o aumento da idade da reforma, pode prejudicar o socorro que é prestado às populações e também pode afastar candidatos à profissão devido aos salários baixos.
Já Ricardo Ribeiro, um dos 150 bombeiros em protesto, questionou se é viável um bombeiro trabalhar aos 60 anos, uma vez que o socorro à população fica comprometido.
"Aos 60 anos há um acréscimo ainda da carga do equipamento, que é de mais de 30 quilogramas, há o stress térmico, há situações em que é preciso tirar pessoas de 80 ou 100 quilos do interior de habitações em chamas. Aos 60 anos não conseguimos, não conseguimos servir a população com qualidade".
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