Portas considera que UE fica dependente de França com o Brexit
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas considerou hoje que, sem o Reino Unido, a União Europeia fica "estritamente dependente" da única potência nuclear, França, em termos do "poder estratégico global".
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País Ex-ministro
"E Europa, sem o Reino Unido, fica nas mãos, do ponto de vista do poder estratégico global, da dissuasão nuclear francesa. A Europa, sem o Reino Unido, não fica apenas mais continental e menos marítima, a Europa sem o Reino Unido tem uma única potência nuclear militar", disse Paulo Portas na primeira Convenção da Europa e da Liberdade, organizada pelo Movimento Europa e Liberdade (MEL), em Lisboa.
O também antigo líder do CDS-PP considerou ainda que, "no clube internacional que define os pesos e as medidas da relevância de cada entidade nas relações internacionais de hoje, a Europa, num dos critérios decisivos, fica estritamente dependente da única potência nuclear que sobrará se o Reino Unido sair".
Num painel sobre "novas realidades europeias e mundiais", Portas apontou que, apesar da especulação sobre a saída de qualquer país da União Europeia, "ficou esclarecido com o 'Brexit' que é muito difícil sair porque o emaranhado de dependências é muito complexo".
"A primeira vez que alguém sai pode não ser a última", assinalou.
Paulo Portas considerou também que o mundo se tornou "essencialmente asiático, um mundo do pacífico e um mundo que já não é eurocêntrico", o que "não é novo", basta "andar uns séculos para trás".
Os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Administração Interna, Eduardo Cabrita, apresentam hoje um plano de contingência no caso de um 'Brexit' sem acordo para os cidadãos portugueses residentes no Reino Unido.
O chefe da diplomacia portuguesa tinha já indicado em 03 de janeiro que o Governo estava a trabalhar "no plano de preparação para o 'Brexit', que tem uma componente no caso de uma saída ordenada do Reino Unido com acordo, e tem uma componente de contingência, se a saída for feita sem acordo", e que este seria anunciado este mês.
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