Guerra ao plástico: Lisboa quer arrancar 2021 sem copos descartáveis
A Câmara de Lisboa apresentou hoje dez medidas para fazer face ao aumento dos resíduos na cidade, nas quais se incluem a contratação de 300 cantoneiros, a recolha de lixo ao domingo ou o aumento das coimas por incumprimento. A autarquia quer acabar, até 2021, com os copos de plástico descartáveis na restauração.
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País Lisboa
As medidas farão parte de uma atualização ao Regulamento de Gestão de Resíduos, Limpeza e Higiene Urbana de Lisboa, e foram hoje apresentadas em conferência de imprensa, que decorreu nos Paços do Concelho.
"Vamos contratar 300 cantoneiros durante o ano de 2019, já temos o processo de contratação aberto", disse o vice-presidente do município, que é também responsável pelo pelouro dos Serviços Urbanos.
Na apresentação, Duarte Cordeiro apontou que, "entre 2015 e 2018", a "produção de resíduos aumentou 10%", o que se justifica, em grande parte, pelo aumento da atividade turística na capital.
Esta questão levou a câmara a repensar o atual regulamento, e a atualizá-lo, por forma a "adaptar o sistema a uma realidade que mudou".
Além da contratação de mais trabalhadores, as novas medidas incluem o alargamento da recolha de lixo ao domingo em 10 freguesias: Santa Maria Maior, Estrela, Misericórdia, Santo António, São Vicente, Avenidas Novas, Alcântara, Arroios, Penha de França e Campo de Ourique.
Também as freguesias da cidade vão contar com mais 10 milhões de euros por ano para reforçar a área da higiene urbana, dinheiro que acresce aos 18 milhões que já recebiam por conta da delegação de competências.
A maior fatia (7,6 milhões de euros) será suportada pela Taxa Municipal Turística, e o resto (2,4 milhões) será verba municipal.
O valor será distribuído pelas 24 freguesias "em função da pressão turística" que se vive em cada uma, explicou Duarte Cordeiro, referindo que a câmara fez um estudo para sustentar a distribuição da verba.
A freguesia que vai receber mais dinheiro será a de Santa Maria Maior, que contará com 1,3 milhões de euros.
Com a nova versão do regulamento, a Câmara de Lisboa quer também que a "restauração, hotelaria e comércio passe a estar obrigado a limpar a envolvente do seu estabelecimento, até um raio de dois metros".
"Haverá coimas e sanções para quem não cumprir estas medidas", salientou o vereador, explicando que as competências relacionadas com fiscalização e cobrança de multas serão passadas para as freguesias.
"Acreditamos que as juntas de freguesia, como já têm equipas para licenciamento [das esplanadas], podem acrescentar esta competência às equipas", advogou.
Como as "coimas vão reverter para as juntas de freguesia", Cordeiro acredita estar "criado o incentivo necessário" para as autarquias aceitarem esta competência.
A capital vai abrir também guerra aos copos de plástico descartáveis.
"No primeiro dia da Capital Verde [2021] queremos que Lisboa tenha eliminado esta prática do ponto de vista da restauração", assinalou o vereador.
A Câmara de Lisboa quer também duplicar a quantidade de ecoilhas subterrâneas, que aumentarão para 300, e eliminar o sistema de recolha de sacos no centro histórico.
Este ano haverá contentores comunitários no Bairro Alto, Alfama e Santa Catarina, e no próximo a medida será alargada à Mouraria, Madragoa e Mercês.
Entre as 10 medidas anunciadas hoje, contam-se ainda a obrigatoriedade de todas as esplanadas e multibancos da cidade terem cinzeiros e papeleiras, e ainda uma campanha de sensibilização em conjunto com a Valorsul.
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