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"Não fiz o luto, nem faço. O meu coração diz que ele está vivo"

Filomena Teixeira, mãe de Rui Pedro, deu esta terça-feira uma entrevista a Cristina Ferreira.

"Não fiz o luto, nem faço. O meu coração diz que ele está vivo"
Notícias ao Minuto

12:09 - 08/01/19 por Natacha Nunes Costa

País Filomena Teixeira

Passaram 20 anos desde que Rui Pedro desapareceu, mas a mãe Filomena Teixeira, continua a busca incessante pelo filho. Esta terça-feira, deu uma entrevista a Cristina Ferreira, no novo programa da apresentadora, na SIC, onde garantiu que mesmo depois de duas décadas sem ver o filho e sem saber nada, continua a acreditar que Rui Pedro está vivo.

"O meu coração diz que ele [Rui Pedro] está vivo", começou por dizer a Cristina, numa conversa intimista gravada com ambas sentadas num sofá.

Filomena admitiu que por vezes perde a esperança, mas que logo a seguir a recupera porque o seu principal objetivo de vida é saber o que aconteceu a Rui Pedro e onde é que ele está.

"A minha vontade é viver para saber dele, eu tenho de saber dele, tenho de saber o que lhe aconteceu, esse é o meu objetivo (...). Tenho tantas, tantas dúvidas, mas depois vem-me aquele conforto, aquela saudade, aquele querer que ele esteja bem", explica Filomena, aproveitando para garantir que não vai fazer luto porque o filho não morreu.

"Uma vez um médico disse-me para colocar uma pedra no quarto do Rui Pedro e eu disse-lhe: 'O quê? Quer que eu ponha um túmulo no quarto dele? O meu filho não morreu, ele está desaparecido, mas ele não morreu'. Eu não fiz luto, nem faço luto, porque eu posso ser maluca, mas eu ainda acredito que posso saber do meu filho, saber o que lhe aconteceu. Se há um Deus, esse Deus tem de me dizer o que é que aconteceu ao meu filho naquele dia 4 de março e onde é que ele está", desabafa.

Durante a conversa, Filomena Teixeira revelou que, além da dor do desaparecimento de um filho, teve de lidar com várias vozes que a criticavam. "No início foram tão baixos comigo, acusaram-me de tudo, de adultério, de me prostituir, do Rui Pedro ser filho do Afonso, se assim fosse o Afonso tinha de ter sido pai aos 10 ou 11 anos".

Contudo, o "maior pesadelo" desta mãe aconteceu logo nos primeiros dias após o desaparecimento de Rui Pedro. 

"Eu cismava que o Rui Pedro ia ligar lá para casa porque ele sabia todos os números de cor e houve um dia em que houve uma chamada lá para casa, mas eles [Polícia Judiciária] não conseguiram detetar porque foram uns incompetentes no início. O caso foi muito mau conduzido no início", acusa garantindo que os inspectores chegaram mesmo a dizer-lhe que "não estavam preparados para este tipo de coisas". 

"Não estavam preparados? E disseram a uma mãe que não estavam preparados? Como é que é possível ouvir isto e ficar quieta? E não enlouquecer? Eu enlouqueci várias vezes, porque fui abaixo e não aguentei", revela.

Ainda durante a entrevista, que Cristina Ferreira afirmou ser a "mais dura" da sua vida, Filomena Teixeira contou que o seu "trevo de quatro folhas" e a sua "maior força" é a filha, que tinha apenas oito anos quando o irmão desapareceu.

"O meu filho é o meu anjinho, que está comigo, que respira comigo, que me ajuda a quem eu peço conselhos muitas vezes e a minha filha é a minha força o que me faz viver, o que me impulsiona para a frente. E ela cresceu muito rápido, sofreu calada e nunca preciso de psicólogos, foi ela própria que criou uma carapaça para a dor. E não foi fácil, ela perdeu uma mãe e um irmão", confessa.

Recorde-se que Rui Pedro desapareceu aos 11 anos, no dia 4 de março de 1998, em Lousada, onde vivia com os pais. Passados 20 anos, o seu paradeiro continua a ser um mistério.

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