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Vistos Gold: Miguel Macedo e Palos absolvidos, Figueiredo condenado

Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna, foi absolvido esta sexta-feira dos crimes de que era acusado no caso Vistos Gold. Também o ex-diretor do SEF, Jarmela Palos foi absolvido de todos os crimes. Quanto a António Figueiredo, o tribunal deu como provados três crimes, tendo condenado o ex- presidente do Instituto dos Registos e Notariado a quatro anos e sete meses de pena suspensa.

Vistos Gold: Miguel Macedo e Palos absolvidos, Figueiredo condenado
Notícias ao Minuto

12:29 - 04/01/19 por Notícias Ao Minuto com Lusa

País Acórdão

O tribunal absolveu, esta sexta-feira, o ex-ministro Miguel Macedo dos crimes de que era acusado no processo Vistos Gold, avança a SIC Notícias, numa altura em que ainda está a ser lido o acórdão. 

Relativamente aos outros arguidos, o tribunal não deu como provados alguns dos crimes de corrupção de António Figueiredo, ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado, principal arguido do processo. No entanto, foram dados como provados, em relação a este arguido, três crimes de corrupção: um de corrupção ativa, outro de corrupção passiva e outro de peculato de uso.

E, por isso, o tribunal condenou o ex-presidente do Instituto dos Registos  Notariado a quatro anos e dois meses de pena suspensa

Quanto a Jarmela Palos, ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o juiz Franciso Henriques referiu que "não ficou provado acordo com Jarmela Palos para agilizar atribuição de Vistos Gold", tendo este arguido sido ilibado de todos os crimes.  

O julgamento, que contou com 73 sessões, começou em 13 de fevereiro de 2017 e teve o acórdão previsto para 21 de setembro, mas o juiz presidente adiou-o para 17 de maio de 2019.

Por indicação do Conselho Superior da Magistratura, a decisão teve de ser antecipada e o juiz decidiu marcar a leitura para dia 21 de dezembro.

Contudo, a greve parcial dos funcionários judiciais obrigou o juiz a adiar a leitura do acórdão.

MP tinha pedido penas de prisão

O Ministério Público, recorde-se, pediu a condenação de Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna no governo PSD/CDS, Miguel Macedo, a cinco anos de prisão, pena passível de ser suspensa na sua execução, oito anos de prisão para António Figueiredo e ainda suspensão de funções públicas durante dois a três anos.

Para os restantes arguidos, o procurador José Nisa pediu a condenação a uma pena não superior a cinco anos de prisão, admitindo que possa ser suspensa.

A exceção foi para o empresário Jaime Gomes, para quem pediu prisão efetiva por corrupção passiva, prevaricação de titular de cargo político em coautoria com Miguel Macedo, António Figueiredo e Jarmela Palos [ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteira] e tráfico de influência.

No caso de Jarmela Palos, o Ministério Público deu como provada a corrupção passiva, pedindo uma pena de até cinco anos de prisão, podendo ser suspensa na sua execução, mas admitiu que este arguido seja absolvido de um dos dois crimes de prevaricação.

Miguel Macedo demitiu-se do cargo de ministro em novembro de 2014 depois de o Ministério Público lhe imputar o alegado favorecimento de um grupo de pessoas que pretendia lucrar de forma ilícita com a atribuição de vistos gold, realizando negócios imobiliários lucrativos com empresários chineses que pretendiam obter autorização de residência para investimento.

Desse grupo faziam parte, alegadamente, Jaime Gomes, empresário e amigo de Miguel Macedo, António Figueiredo e o empresário chinês Zhu Xiaodong.

Em causa estão também alegados favorecimentos a uma empresa de Paulo Lalanda de Castro, ex-patrão da farmacêutica Octopharma, acusado de tráfico de influências e ao grupo Bragaparques.

Miguel Macedo foi acusado de prevaricação de titular de cargo político e tráfico de influência, António Figueiredo respondeu em julgamento por corrupção passiva, recebimento indevido de vantagem, peculato de uso, tráfico de influência, prevaricação e branqueamento de capitais.

Maria Antónia Anes, antiga secretária-geral do Ministério da Justiça, responde por corrupção ativa para a prática de ato ilícito, corrupção passiva para a prática de ato ilícito e tráfico de influência e os empresários chineses Zhu Xiaodong, Zhu Baoe e Xia Baoling por corrupção ativa e de tráfico de influências.

Para o julgamento, os 21 arguidos arrolaram 216 testemunhas e o Ministério Público 208.

[Notícia atualizada às 12h50]

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