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Vila Flor pede diálogo aos CTT para reverter encerramento do serviço

O presidente da Câmara de Vila Flor disse hoje que quer dialogar com a administração dos CTT para reverter o encerramento dos correios, afirmando que tem um espaço disponível no centro da vila para acolher os serviços postais.

Vila Flor pede diálogo aos CTT para reverter encerramento do serviço
Notícias ao Minuto

18:23 - 28/12/18 por Lusa

País Autarca

O posto dos CTT foi encerrado, tendo os seus serviços passado a ser prestados no quiosque de uma superfície comercial longe do centro da vila.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Vila Flor, Fernando Barros, avançou com uma proposta para que os advogados do município e dos CTT, em conjunto com a administração da empresa, tentem o diálogo para reverter o encerramento da estação de correios, com a promessa de ser cedido um espaço "nobre" mesmo no centro da vila, com as devidas condições de funcionamento para o serviço postal.

"As instruções dadas aos nossos advogados vão no sentido de promoverem uma reunião com os representantes legais e com a administração dos CTT para que se promova uma reunião entre as partes, para que tudo seja clarificado para bem das populações", explicou o autarca transmontano.

Segundo Fernando Barros, só através do diálogo se poderá demonstrar a vontade que a Câmara tem em resolver esta situação que, em sua opinião, " é prejudicial para os habitantes do concelho".

"Nós já tínhamos preparado um espaço em Vila Flor, sempre em diálogo com a empresa CTT, para o funcionamento do Posto de Correios. Esta solução de colocar os serviços postais num supermercado, situado na periferia da vila, está a causar mau estar na população, desde o passado dia 26 de dezembro", vincou o responsável.

Para o autarca, e após o TAFM "ter dado razão aos CTT", não se pode fazer mais nada do que criar melhores condições físicas para o atendimento da população, principalmente a mais idosa, que precisa de se deslocar para levantar as suas reformas.

Na vila do sul distrito de Bragança o tema do encerramento dos Correios é o mote para muitas conversas.

"É uma vergonha aquilo que fizeram com a população. O encerramento dos Correios criou muitos transtornos. Trata-se de uma pouca-vergonha para com o interior. Estávamos habituados em ir às estações dos CTT, onde havia privacidade, mas agora, fazem-se registo de documentos confidenciais no meio de um jogo das rasgadinha ou do euro milhões. Assim não pode ser e perde-se muito tempo", disse o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Vila Flor.

O também funcionário da Santa Casa da Misericórdia local observou que há pessoas idosas que pretendem levantar as suas reformas e não conseguem, porque o local é longe do centro da vila e estão na fila "muito tempo".

"Temos idosos que chegam à Misericórdia para lhe trocarmos os vales da reforma, porque, dizem, não têm privacidade no novo local onde funcionam os correios e têm de estar muito tempo à espera e de pé", enfatizou.

Já Carina Ferreira, delegada empresarial numa empresa espanhola com representarão em Vila Flor, refere que tem mais de 120 de clientes e que trabalha "muito com os serviços dos CTT" para a distribuição dos seus produtos.

"O encerramento dos CTT vai-me levar a um processo de reorganização do negócio. Vou ter de repensar melhor a estratégia para o meu negócio, para perceber até que o ponto ele continuará a ser viável", frisou.

José Figueiredo, reformado, garante que só para renovar o apartado dos correios está a ver-se "atrapalhado" e não sabe "o que fazer".

"Este local fica muito distante e para quem não tem carro, vai ser muito difícil", enfatizou.

A população de Vila Flor, à semelhança de outras no Nordeste Transmontano, é unânime, afirmando que, com a retirada destes serviços públicos, o interior do país vai desaparecendo.

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