Autarca de Santiago do Cacém critica redução de horários em postos da GNR
O presidente da Câmara de Santiago do Cacém (Setúbal) criticou hoje a transformação de dois postos da GNR em pontos de atendimento reduzido e solicitou uma reunião ao Ministro da Administração Interna para tentar "reverter a situação".
© GNR de Mangualde
País Segurança
"Trata-se de postos que funcionavam 24 horas por dia e que passam a horário reduzido, quando a decisão que se devia ter tomado era o reforço do efetivo para permitir o funcionamento alargado e o normal patrulhamento", defendeu o autarca de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, em declarações à agência Lusa.
A redução do horário dos postos da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Alvalade e Ermidas-Sado, no interior do concelho de Santiago do Cacém, no litoral alentejano, entrou em vigor esta quinta-feira.
"Devido à falta de efetivos, os postos passam a funcionar apenas em dias úteis, entre as 09:00 e as 17:00, para atendimento ao público, e fora deste horário quem necessitar de apoio dirige-se ao posto e contacta o comando distrital de Setúbal, através de uma videochamada, que depois faz a ligação ao posto de Santiago do Cacém que se desloca à ocorrência", explicou.
Contudo, de acordo com o município, o destacamento da GNR de Santiago do Cacém está a "uma distância de 26 quilómetros, no caso de Ermidas-Sado, e de 32 quilómetros, no caso de Alvalade".
"Numa primeira fase, os postos vão funcionar com um máximo de quatro efetivos, com um em permanência no posto e os restantes em patrulhamento", esclareceu o autarca.
Manifestando "total desacordo" com a medida, que afeta perto de seis mil habitantes, Álvaro Beijinha solicitou uma reunião "com urgência" ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, para "sensibilizar o governante a recuar na decisão e reforçar os postos da GNR de Alvalade e Ermidas-Sado com mais efetivos".
Segundo a autarquia, a implementação da medida "afeta o serviço público de resposta à segurança da população da zona abrangida, não só de Alvalade e de Ermidas-Sado, mas também de S. Domingos, Vale de Água ou de Abela", no concelho de Santiago do Cacém.
"Estamos a falar de uma zona que é atravessada pelo Itinerário Complementar (IC)1, uma das vias de circulação rodoviária mais importantes do país e onde se verificam muitos acidentes, e por onde passa a linha ferroviária do Sul, outra via de circulação estruturante", alertou.
Considerando tratar-se de "mais um passo para um futuro encerramento definitivo dos postos" da GNR, o autarca admitiu avançar "com outras formas de luta" caso a situação se mantenha "pondo em causa a segurança de pessoas e bens".
"O primeiro passo foi esvaziar de recursos para justificar medidas desta natureza e a seguir avançam com o encerramento destes serviços e, por isso, queremos fazer oposição a esta medida", acrescentou.
Para o final da tarde de hoje está prevista uma concentração, convocada pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do concelho de Santiago do Cacém, município e Junta de Freguesia de Ermidas-Sado, para protestar "contra o encerramento" dos postos da GNR e para exigir o aumento de efetivos.
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