Assalto de Tancos é notícia em Espanha por alegada ligação à ETA
Um dos detidos no âmbito do roubo de armas dos paióis de Tancos terá revelado à polícia que o assalto foi ordenado pela ETA.
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País ABC
Noticia a imprensa espanhola na manhã desta quinta-feira que as autoridades portuguesas estão a investigar as declarações de um dos arguidos no processo de Tancos sobre a alegada relação de membros da organização terrorista basca ETA com o roubo das armas dos paióis.
Um dos detidos, adianta a ABC, terá revelado à polícia que o assalto aos paióis foi ordenado pela ETA, cuja extinção foi oficialmente anunciada em maio deste ano.
O meio de comunicação espanhol cita ainda a revista Sábado, de acordo com a qual, "depois de uma desconfiança inicial", a Procuradoria-Geral da República vai enviar um pedido de investigação a Espanha.
Porém, fontes próximas da investigação ouvidas pela agência Efe apontam que não há evidências que sustentem a declaração do suspeito.
Marcelo Rebelo de Sousa foi também ouvido pela agência Efe, que não quis comentar a informação. "Trata-se de uma investigação criminal em andamento que é da responsabilidade do Ministério Público e da Polícia Judiciária", frisou.
Narra ainda a ABC que o caso de Tancos desencadeou "uma crise no Governo" português em outubro, que "terminou com a saída do então ministro da Defesa [Azeredo Lopes], depois de duras críticas à investigação".
Recorde-se que o nono detido no âmbito do processo das armas de Tancos irá aguardar julgamento em prisão preventiva e está indiciado por "crime de terrorismo internacional", segundo decisão do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. Este nono suspeito foi esta quarta-feira detido pela Polícia Judiciária e está indiciado pela prática de crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas e terrorismo internacional.
Segundo o despacho do juiz João Bártolo, a que a agência Lusa teve acesso, o Tribunal de Instrução Criminal considera que há perigo de continuação da atividade criminosa, perigo de perturbação e da tranquilidade da ordem pública e perigo de perturbação do decurso do inquérito.
O arguido, que à data dos factos era militar em funções nos paióis do exército, será encaminhado para o estabelecimento prisional de Évora para evitar contactos com outros arguidos no mesmo processo detidos no estabelecimento prisional de Tomar.
Na madrugada desta quarta-feira, o Tribunal de Instrução Criminal já tinha aplicado prisão preventiva a cinco dos oito arguidos que tinham sido detidos na segunda-feira no âmbito do mesmo processo das armas de Tancos. Os outros três arguidos saíram em liberdade.
Recorde-se ainda que o furto do material militar de Tancos foi noticiado a 29 de junho de 2017, sendo que desapareceram dos paióis granadas, explosivos e munições.
O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do MP e da PJ, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.
Entre estes detidos está o diretor da PJM e um civil (que já foi militar), principal suspeito da prática do furto, encontrando-se ambos em prisão preventiva, num caso que levou à demissão de Azeredo Lopes do cargo de ministro da Defesa e cujas implicações políticas levaram à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que ainda não começou com as audições.
Em setembro, após a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada 'Operação Húbris', que levou às detenções, foi anunciada pelo CDS a comissão de inquérito, aprovada apenas com a abstenção do PCP e do PEV.
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