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Queda de helicóptero do INEM. Quatro mortos e duas horas por explicar

Médico, enfermeira e dois pilotos morreram na sequência da queda do helicóptero do INEM onde seguiam, após transporte de uma doente grave. Investigação ao acidente está em curso, com alguma confusão em torno do início das buscas e das entidades envolvidas nas mesmas.

Queda de helicóptero do INEM. Quatro mortos e duas horas por explicar
Notícias ao Minuto

07:31 - 16/12/18 por Lusa

País GPIAAF

A queda de um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes

A bordo do aparelho seguiam dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira. Este domingo tornaram-se conhecidas as suas identidades:  o médico espanhol Luis Vega, de 50 anos, a enfermeira Daniela Silva, o comandante João Lima e o co-piloto Luís Rosindo.

Foi o INEM quem confirmou as mortes mas sem adiantar causas do acidente, num comunicado divulgado pouco depois das 2h00 de domingo. Os destroços foram encontrados à 1h30.

Num 'briefing' realizado depois da confirmação dada pelo instituto, o comandante distrital da Proteção Civil, Carlos Alves, informou terem sido "encontrados os destroços do helicóptero, com os quatro corpos sem vida, dois junto à aeronave e outros dois mais afastados".

Carlos Alves referiu ainda que os corpos das quatro vítimas foram encontrados 700 metros a sul da capela da Santa Justa, em Valongo.

O primeiro-ministro, António Costa, já reagiu ao acidente. "Quero naturalmente apresentar às famílias e amigos as mais sentidas condolências e dirigir uma palavra de solidariedade para todos aqueles que trabalham no Instituto Nacional de Emergência Médica e que prestam um serviço inestimável aos portugueses", afirmou à Lusa em Abu Dabi.

Último registo do helicóptero terá ocorrido pelas 18h30

Segundo o INEM, o helicóptero iniciou às 15h13 o transporte de uma mulher de 76 anos, com problemas cardíacos graves, a partir do Hospital Distrital de Bragança para o Porto. Num comunicado divulgado às 22h38 de sábado, o instituto referiu que as buscas continuavam em curso.

"O transporte teve início às 15h13, altura em que o helicóptero levantou voo da sua base para o hospital de origem do doente, tendo o mesmo sido entregue aos cuidados das equipas médicas do Hospital de Santo António cerca das 18h10", acrescentou o INEM.

No regresso à base, em Macedo de Cavaleiros, "o último registo do helicóptero terá ocorrido pelas 18h30".

Polémica. Proteção Civil não explica duas horas entre alerta e início das buscas

A geolocalização do rádio SIRESP a partir da identificação dos telemóveis pela Polícia Judiciária permitiu localizar o helicóptero, revelou durante a madrugada o secretário de Estado da Proteção Civil.

Questionado sobre a ausência de resposta entre a hora provável da queda da aeronave (18h30) e o momento em que as operações foram desencadeadas (20h15), José Artur Neves preferiu deixar esse pormenor "para as entidades que farão a investigação do sucedido", frisando que "há também que investigar porque razão a aeronave não emitiu o sinal que devia ter emitido".

Apesar da "polémica que está a existir", o secretário de Estado enfatizou que a "Proteção Civil funcionou" ao mesmo tempo que afirmou desconhecer que os bombeiros "tenham sido avisados primeiro que a Proteção Civil".

Por seu turno, o comandante distrital da Proteção Civil, Carlos Alves, reiterou que "toda a operação se desenvolveu depois de ter chegado alerta à Proteção Civil", explicando que "antes disso há toda uma série de entidades [?] que entram neste processo de despoletar este tipo de operação". Afirmando desconhecer "qual foi a primeira entidade a receber o alerta", Carlos Alves disse também não saber "se houve buscas antes da Proteção Civil ter sido alertada".

Acidente mais grave ocorrido este ano

Este é o acidente aéreo mais grave ocorrido este ano em Portugal, elevando para seis o número de vítimas mortais desde janeiro.

Segundo o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), este é também o acidente mais grave desde abril do ano passado, quando cinco pessoas morreram com a queda de uma aeronave de matrícula suíça em Tires.

O aparelho descolou do aeródromo de Tires, tendo-se despenhado cerca de dois mil metros depois da descolagem e caído perto de um supermercado. Estavam quatro pessoas a bordo, que morreram, e morreu uma quinta pessoa que estava na zona de descargas da superfície comercial. 

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