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COP24 "falhou na emergência exigida pelo colapso do clima"

A associação ambientalista ZERO disse hoje que a conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, que sábado terminou em Katowice, na Polónia, cumpriu os objetivos, mas "falhou na emergência exigida pelo colapso do clima".

COP24 "falhou na emergência exigida pelo colapso do clima"
Notícias ao Minuto

06:29 - 16/12/18 por Lusa

País Associação

"A COP24 conseguiu finalizar o livro de regras do Acordo de Paris, que era um dos objetivos, e a decisão final tem todos os elementos necessários para prosseguir os objetivos de resolver a crise climática. Infelizmente não se conseguiu mobilizar suficiente vontade política para um compromisso claro de fortalecimento das promessas climáticas de todos os países até 2020 e para depois de 2020", adiantou.

Em comunicado, a ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável, considerou ainda que não foi igualmente possível "garantir o apoio financeiro adequado para os países em desenvolvimento lidarem com impactos climáticos devastadores".

"Os países pobres e vulneráveis não podem ser deixados para trás com o acordo de Katowice. As pessoas que enfrentam perdas e danos devido a secas, inundações e tempestades devastadoras não são reconhecidas. Tal é uma provocação para os povos mais pobres que são afetados pelas alterações climáticas e que na maioria dos casos são responsáveis por muito poucas emissões", defende a ZERO.

A associação sublinhou o facto de se ter conseguido consenso num "conjunto abrangente de regras que permitirão a operacionalização do Acordo de Paris".

"Ficou claro que os governos avançaram na implementação futura de muitas vertentes associadas à implementação dos princípios de Paris, mas continuam a falhar na resposta aos impactos catastróficos da mudança climática que foram destacados pelo recente relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) que afirma ser possível e desejável não ir além de um aumento de temperatura de 1,5 graus Celsius em relação à era pré-industrial", prosseguiu.

Numa reação aos resultados da conferência, o presidente da ZERO, Francisco Ferreira, considerou que "os resultados positivos conseguidos, apesar de limitados, desta cimeira, não calam os avisos gritantes do recente relatório mundial elaborado pela comunidade científica e a exigência crescente de ação pelos cidadãos".

Para o ambientalista, os "governos atrasaram novamente a ação adequada para evitar uma catástrofe climática".

"Portugal, através do Roteiro para a Neutralidade Carbónica para 2050, que foi apresentado há cerca de duas semanas no país e esta semana em Katowice, não pode falhar a implementação das políticas e medidas para transformar de forma justa a sociedade portuguesa e tem de passar a promover políticas coerentes com um verdadeiro esforço de mitigação das emissões", defendeu.

Para Francisco Ferreira, "é fundamental obter resultados na eficiência energética e nas energias renováveis, em particular no solar, bem como encerrar quanto antes as duas centrais a carvão".

O presidente da ZERO defende que "a União Europeia deve dar o exemplo, prestando mais apoio aos países em desenvolvimento, apoiando a implementação das regras do Acordo de Paris e aumentando o compromisso climático aquando da cimeira prevista para as Nações Unidas a 23 de setembro de 2019".

"Mais ainda, deve haver um aumento significativo da ambição europeia, com uma redução de emissões de gases de efeito de estufa de 55% em relação ao ano de 1990 tal como alguns Estados-Membros e o Parlamento Europeu estão a pedir", acrescentou.

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