APA admite recorrer a desmoronamento controlado em falésia de Óbidos
A sinalética de interdição na praia do Bom Sucesso, onde hoje ocorreu um desmoronamento, vai ser reforçada até serem reavaliadas as condições de estabilidade da arriba, onde a APA-Agência Portuguesa do Ambiente admite avançar com um desmoronamento controlado.
© CMÓbidos
País Ambiente
A decisão de avançar com "um reforço das medidas de sinalização e delimitação da área" onde hoje se deu o desmoronamento de parte de uma arriba, sem causar vítimas, na Praia do Bom Sucesso, no concelho de Óbidos, resultou da avaliação técnica que determinou igualmente a opção de "manter os resíduos do desmoronamento do local", divulgou hoje a APA.
Uma "prática corrente neste tipo de situações", explicou a APA em comunicado, sustentando que a manutenção dos resíduos no local "protegem a base da arriba do ataque direto das ondas e acomodam eventuais pequenos blocos que possam vir ainda a cair".
Ainda assim, "será feita em breve nova análise técnica de modo a avaliar a necessidade de se virem a fazer eventuais intervenções corretivas", acrescentou a APA, admitindo poder vir a ser feito um "desmonte controlado".
A arriba, conhecida como a "Rocha do Gronho", no Bom Sucesso, estava a ser monitorizada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil daquele concelho desde agosto.
O agravamento da situação levou a que, na sexta-feira, fosse realizada "uma inspeção visual com recurso a drone para avaliação das condições de estabilidade desta zona e respetivas condições de segurança", refere o comunicado.
De acordo com a APA, "observou-se a existência de fenda de tração com abertura significativa", medindo entre "20 a 30 centímetros ao longo da crista da face da arriba, numa extensão de 60 metros, com continuidade lateral na sua face, individualizando massa rochosa instável".
A fenda acabaria por provocar o desmoronamento de parte da arriba, com um movimento de "escorregamento planar" que mobilizou, segundo a APA, "um volume de aproximadamente 7.000 metros cúbicos, com um peso estimado de 18.000 toneladas" de rocha.
Ainda de acordo com a APA, os detritos "projetaram-se cerca de 40 metros no areal", onde, no sábado, a Câmara Municipal de Óbidos, o respetivo Serviço Municipal de Proteção Civil e a Capitania do Porto de Peniche tinham procedido à interdição da área e à colocação de avisos de perigo.
A derrocada aconteceu entre as 10:00 e as 11:00 de hoje, numa altura em que deveria estar a ser realizada uma vistoria técnica no local, mas que se atrasou cerca de uma hora, o que fez com que os técnicos não estivessem presentes na zona onde a arriba colapsou.
Num comunicado enviado à agência Lusa, a Câmara de Óbidos reafirmou que, "em agosto deste ano, informou a Agência Portuguesa de Ambiente, através da apresentação de imagens, para o perigo eminente em que se encontrava a "Rocha do Gronho".
Na sequência da derrocada, "os serviços [de proteção civil] estão a monitorizar toda a situação e logo que estejam reunidas as condições de segurança, aquela zona será reaberta ao público", não se prevendo, no entanto "que aconteça no curto prazo", conclui o comunicado.
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