À porta da casa onde agora vive, na Ericeira, José Sócrates falou em exclusivo à SIC, mostrando-se revoltado com o facto de haver tanto interesse em pormenores “banais” da sua vida privada.
Questionado sobre como se processou a sua mudança para a Ericeira, o antigo primeiro-ministro explicou que se mudou na sequência de um convite que recebeu.
“Eu saí de uma casa que estava alugada e aceitei o convite de um familiar que me é muito próximo, um primo que é muito querido e que tinha esta casa fechada”, referiu José Sócrates.
Recorde-se que, de acordo com o jornal Expresso, o primo em causa é José Paulo Bernardo Pinto de Sousa, empresário em Angola e um dos arguidos da Operação Marquês, estando acusado de dois crimes de branqueamento de capitais.
De acordo com o semanário do grupo Impresa, José Pinto de Sousa “passou a ser o proprietário do imóvel na Ericeira a 16 de outubro de 2018, através de uma dação em pagamento, num formato que não implicou qualquer transferência de dinheiro”.
Confrontado com esta questão, José Sócrates disse que a decisão de se mudar para a Ericeira só a ele e ao primo diz respeito, apontando o dedo aos jornalistas que querem “fazer devassa” da sua privada.
“O processo Marquês sempre foi isto, a tentativa de transformar um processo criminal em devassa da vida privada. Vocês estão a fazer o que o Ministério Público vos manda fazer, que é lançar dúvidas e suspeições”, apontou.