"Os militares não andam, nem aceitam andar, à boleia de ninguém"
Os oficiais das Forças Armadas mostram-se indignados pela forma como a classe política e a comunicação social se tem referido à classe militar.
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País Oficiais
Um dos grande temas que marcou a discussão do Orçamento do Estado para o próximo ano foi a contenda entre professores e Governo, com os docentes a vencerem o Executivo com o auxílio de todos os partidos, da esquerda à direita.
Nesta senda, a Associação Nacional de Sargentos disse ao jornal Público que já esteve reunida com o ministro, tendo reivindicado para os militares a reabertura das negociações, tal como aconteceu com os professores – texto a que o Público deu o título ‘Polícias e militares sobem as reivindicações à boleia dos professores’.
E foi esta comparação que deixou a Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) indignada ao ponto de redigir um comunicado em defesa dos militares.
Nesse texto, enviado à redação do Notícias ao Minuto, a AOFA deixa claro que os militares das Forças Armadas “não andam, nem aceitam andar à boleia de ninguém”, da mesma forma que “não aceitam quaisquer soluções negociadas através de outros grupos profissionais”.
O que os militares querem é que o artigo 19.º do Orçamento do Estado para 2018 seja cumprido, isto é, que seja aberto para a classe militar um processo negocial, tal como aconteceu com os professores.
“Os militares das Forças Armadas exigem, como desde janeiro de 2018 o tem exigido, que se cumpra o estipulado no artigo 19º do OE2018 que ainda não foi cumprido, nem sequer iniciada a sua execução”, defende a Associação.
Os militares sublinham que “não está em causa, como nunca esteve, a justiça da reivindicação dos professores”. O que está em causa e de forma “inaceitável e intolerável” é a “dignidade dos militares”.
“Muito mal, perigosamente mal, vai e está o país quando políticos e comunicação social tendem a considerar os militares das Forças Armadas em segundo plano (à boleia seja de quem for), pelo simples facto de os militares serem disciplinados, coesos e permanentemente focados nas missões, e devido a restrições Constitucionais, estarem fortemente limitados na expressão pública de exigência de cumprimento dos seus mais legítimos direitos”, lê-se no comunicado.
Nesta senda, a AOFA considera este comportamento “revelador de uma falta de caráter, de valores e de princípios éticos que, de forma muito grave, colocam em causa o Estado de Direito”.
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