Pizarro criticado por votar contra alteração ao nome de pavilhão
A associação Porto, o Nosso Movimento criticou hoje Manuel Pizarro por votar contra a designação Super Bock Arena acrescentada ao Pavilhão Rosa Mota, depois de, no anterior mandato, ter aprovado o caderno de encargos que permitia a alteração.
© Global Imagens
País Rosa Mota
Em comunicado, o movimento de Rui Moreira lembra que, em 2014, quando mantinha uma coligação pós-eleitoral com os independentes, o vereador do PS Manuel Pizarro "concordou e aprovou a versão definitiva do programa do concurso" e "nunca achou mal a possibilidade de sponsorização [patrocínio] do nome".
Questionada pela Lusa, a vereação do PS reagiu por escrito "com estupefação ao tom despropositado do comunicado" daquele movimento, considerando que "a agressividade e insulto gratuito de Rui Moreira" a Pizarro servem, "também neste assunto, para tentar disfarçar a falta de razão".
A Câmara do Porto aprovou na terça-feira, com os votos contra do PS, PSD e CDU, acrescentar ao nome do Pavilhão Rosa Mota a designação Super Bock Arena durante os 20 anos da concessão do equipamento a privados.
Todos os vereadores da oposição (PS, PSD e CDU) questionaram a associação de uma bebida alcoólica ao nome do pavilhão e Manuel Pizarro, do PS, pediu que a proposta fosse retirada para "reflexão".
Segundo a associação Porto, o Nosso Movimento, desde 2014 Pizarro "nunca referenciou o assunto" e na terça-feira "opõe-se em plena reunião de Câmara", dizendo que "é uma nova vantagem para o consórcio" e votando contra a proposta da maioria, depois de "confrontado pela letra do contrato".
De acordo com uma fotografia anexa ao comunicado da associação, o contrato do Rosa Mota prevê que "qualquer alteração, mesmo que para efeitos de exploração comercial, que o concessionário pretenda introduzir na marca e designação do pavilhão, deve obter o acordo prévio do município".
Para a vereação do PS, "ao comunicado continua a faltar a resposta ao essencial: qual é a vantagem, para a cidade, da mudança de nome do Pavilhão e como é possível que a Câmara aceite essa mudança deixando toda a vantagem financeira para o consórcio privado?"
"Estas são as questões a que Rui Moreira, revelando uma estranha irritação, persiste em fugir a responder", defendem os socialistas.
Os apoiantes do autarca independente recordam que, com data de setembro de 2014, o programa do concurso "prevê que o concessionário possa mudar o nome do Pavilhão como contrapartida ao investimento e às rendas que vai pagar" e Manuel Pizarro, naquela ocasião, "acha bem".
Mais tarde, numa "reunião informal privada com vereadores", é "consensualizada posição" para que o programa mantenha "que o nome do pavilhão pode ser alterado e patrocinado", mas "que a autorização tem que ser dada pelo executivo".
Em 23 de outubro de 2014, "a proposta é de novo levada à Câmara e é aprovada com 12 votos a favor e um contra, da CDU", lembra a associação.
"Fica autorizado que o concessionário possa mudar o nome e explorar o pavilhão comercialmente, ficando com todos os proveitos da publicidade, como é normal. Pizarro concorda e vota a favor, assim como restantes vereadores do PS", resumem os independentes.
O PS diz que "esteve e continua a estar de acordo que a mudança do nome possa ser feita depois de aprovada na Câmara".
"Para nós, era e continua a ser evidente que, se a Câmara pode recusar a mudança do nome, também pode -- e deve -- exigir contrapartidas no caso de aceitar essa mudança", concluem.
O então vereador do PSD na Câmara do Porto Amorim Pereira revelou em 20 de outubro de 2014 à Lusa que Rui Moreira aceitou alterar o caderno de encargos do concurso do Rosa Mota para poder impedir mudar o nome ao equipamento.
"Propusemos uma alternativa que impeça que o nome se altere por motivos comerciais ou sem pronúncia da Câmara do Porto. O concessionário não tem, como tinha na primeira versão, a possibilidade de alterar o nome Rosa Mota", disse à Lusa o social-democrata.
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