POUPANÇA NO MINUTO
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"Fazem-se pactos de regime por coisas imbecis, não por causa da Educação"
O editor e ex-secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas defendeu na quarta-feira um pacto de regime na Educação para contrariar "uma crise da leitura em todo o nível de ensino, desde o básico até à universidade".
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País Educação
"Fazem-se pactos de regime por causa de coisas imbecis, não se fazem por causa da Educação, da leitura. O que vamos dar os miúdos a ler daqui a dez anos? (...) É necessário ter um pacto de regime sobre o que queremos que os miúdos saibam", afirmou à Lusa o editor e ex-governante.
Francisco José Viegas falava no final de um debate sobre o mercado editorial em língua portuguesa, com o editor Zeferino Coelho, na Feira do Livro de Guadalajara, no México, evento no qual Portugal é país convidado.
No debate, Francisco José Viegas afirmou que se hoje há menos leitores, isso deve-se aos "pedagogos experimentais dos anos 1980 e 1990", formados por "essa universidade de imbecis, por uma geração criminosa cujas consequências os editores estão a sofrer agora".
O escritor entende que existe uma crise nos hábitos e na formação pela leitura porque o ensino de português está independente do ensino da literatura.
"Não se pode falar bem português sem ler bom português! (...) Quando falamos de incentivos à leitura, de fomento da leitura, não podemos esquecer que é feito na escola. As famílias não fazem, não podem, não sabem, estão cercadas por inimigos terríveis, que são o trabalho, a dureza da vida", opinou.
Questionado sobre o que fez enquanto foi secretário de Estado da Cultura, entre 2011 e 2012, no Governo PSD/CDS-PP, Francisco José Viegas disse que "lutou" por uma mudança nos planos curriculares de português e que teve "imensas conversas com responsáveis de Educação, porque é uma conversa muito longa".
"É preciso perceber o que queremos daqui a dez anos", disse.
A 32ª Feira do Livro de Guadalajara termina no dia 2.
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