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Acórdão de jovem acusado de matar outro em Lisboa adiado para quinta

O Tribunal Central Criminal de Lisboa adiou hoje para quinta-feira a leitura do acórdão de um jovem, de 21 anos, acusado de matar outro em Lisboa, em outubro de 2017, na sequência de uma discussão entre dois grupos.

Acórdão de jovem acusado de matar outro em Lisboa adiado para quinta
Notícias ao Minuto

13:44 - 26/11/18 por Lusa

País processo

A leitura do acórdão do julgamento, que decorreu à porta fechada por questões de segurança após desacatos entre a assistência e a polícia, estava agendada para as 12:15 de hoje, mas o coletivo de juízes procedeu à alteração de factos da acusação do Ministério Público (MP) e remarcou nova sessão para as 13:30 de quinta-feira, 29 de novembro.

João Pedroso está acusado de homicídio qualificado e encontra-se em prisão preventiva ao abrigo deste processo.

O despacho de acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso, conta que, na madrugada de 21 de outubro de 2017, no interior do bar Pérola, no Largo Vitorino Damásio, em Lisboa, "o ofendido Miguel Alves envolveu-se numa acesa discussão com um indivíduo, de identidade não apurada, conhecido por 'El Chapo', conflito que terá ficado aparentemente sanado".

Por volta das 04:00, após abandonarem o bar, a vítima e outro jovem que o acompanhava envolveram-se em nova altercação "com um grupo de indivíduos, entre os quais estaria o mencionado 'El Chapo', resultando da contenda diversos feridos com arma branca e agressões físicas, algumas das quais produzidas pela própria vítima nos outros agressores".

A acusação diz que assim que se conseguiu libertar dos agressores, Miguel Alves, à data com 21 anos, fugiu a correr pela Avenida D. Carlos I e 24 de Julho, na direção ao Cais do Sodré, "seguindo no seu alcance o arguido João Pedroso" e um amigo deste.

"Já no cruzamento da Rua do Instituto Industrial com a Avenida 24 de Julho, o arguido aproximou-se do ofendido por trás, empunhou uma faca e com a mesma desferiu um golpe de trás para a frente, de cima para baixo e da direita para a esquerda na zona escapular esquerda do ofendido. Face a violência do golpe, o ofendido caiu ao chão", descreve o MP.

Encontrando-se o "ofendido prostrado no solo, o arguido desferiu-lhe número indeterminado de pontapés na cabeça e noutras partes do corpo", os quais causaram várias lesões no jovem e que foram "consequência direta e necessária" da sua morte, sustenta a acusação.

De seguida, "o arguido encetou fuga do local", cruzando-se com algumas testemunhas que estavam sentadas num banco na Avenida 24 de Julho juntamente com outras pessoas.

O MP acrescenta que, nessa ocasião, o arguido, com uma faca na mão e com o polo que trazia vestido ensanguentado (dos quais se desfez em local não apurado) disse: "...já o adormeci, dei-lhe umas facadas...", "...já o matei, já o esfaqueei todo".

"O arguido agiu movido por mera exaltação e falta de autocontrolo, denotando ausência de responsabilização e total desprezo pela vida humana. Ao deferir pontapés por várias partes do corpo e da cabeça do ofendido, com este já no solo, o arguido pretendeu aumentar-lhe o sofrimento, objetivo que logrou alcançar", sublinha o despacho de acusação.

A mãe da vítima, que se constituiu assistente no processo, apresentou um pedido de indemnização civil no total de 106 mil euros.

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