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Black friday é negra para recursos. Zero apela a dia sem compras

Por oposição à Black Friday, esta quinta-feira é também o Dia Sem Compras. Eis os apelos dos ambientalistas para este dia (e para todos os outros que se seguem) para tentar alterar o rumo do nosso Planeta.

Black friday é negra para recursos. Zero apela a dia sem compras
Notícias ao Minuto

10:40 - 22/11/18 por Melissa Lopes

País Ambiente

Comemora-se esta sexta-feira, dia 23 de novembro, o Dia Sem Compras, criado à escala mundial por oposição ao Black Friday. O objetivo é alertar para os excessos de consumo que levam ao desperdício e ao fomento do descartável e estão na base de uma economia (des)estruturada no crescimento ilimitado da utilização de recursos naturais que não existirão num futuro próximo, explica a associação ambientalista ZERO.

Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a ZERO sublinha que pretende “chamar a atenção dos cidadãos e dos poderes públicos” para a necessidade de se repensar o modelo de produção e consumo, “dado o impacto que este está a ter na capacidade do Planeta para nos proporcionar qualidade de vida”.

Alterações climáticas, perda de biodiversidade, fenómenos extremos, poluição, etc. são reflexos diretos do modelo de produção e consumo em que vivemos, lembram os ambientalistas, advertindo que "não será possível" reduzir estes impactos "sem uma alteração profunda na forma como a economia e a sociedade olham para os recursos naturais". 

Eis os apelos da ZERO para o Dia Sem Compras:

  • Não desperdiçar comida em casa ou fora dela; a geração de desperdício, em particular de comida, atinge em Portugal os 97 kg/habitante/ano, o qual acaba muitas vezes nos aterros sanitários ou é incinerado; 
  • Refletir muito bem sobre a real necessidade de comprar algo; muitas vezes já temos mais do que necessitamos e devemos sempre ponderar a hipótese de pedir emprestado, alugar ou comprar em segunda mão, caso a necessidade exista mesmo;
  • Comprar produtos locais e da época; infelizmente nem sempre se privilegia os produtos locais e da época, havendo uma oferta de produtos oriundos de países distantes muito para além do que é desejável, muitos deles passíveis de serem produzidos no nosso país, desde que apoiados por políticas agrícolas públicas corretas; 
  • Adquirir produtos de agricultura biológica; estudo recentes indicam que a consumo regular destes produtos ajuda a reduzir o risco de cancro, pelo que é urgente a sua disponibilização mais alargada e a preços mais acessíveis; 
  • Optar por embalagens reutilizáveis, seja quando adquire bebidas, seja quando vai às compras (comprar a granel, levar as suas embalagens quando adquire comida em formato take away, etc.) e evitar embalagens desnecessárias; em 2014, cada um de nós produziu cerca de 36kg de plástico, 5 kg acima da média comunitária; 
  • Optar por reparar os seus equipamentos elétricos e eletrónicos e procurar usá-los durante mais tempo; por exemplo, por cada 3 meses de utilização extra de um smarphone pode reduzir o consumo de recursos em mais de 10% ao ano;
  • Reduzir o consumo de carne para os valores preconizados pela Direção Geral da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde: o consumo de carne, pescado e ovos deveria representar 5% da nossa roda dos alimentos, mas em Portugal representa 15%, com o consumo de vegetais, frutas, cereais e tubérculos e leguminosas em claro défice. Reduzir o consumo de proteína animal é uma das formas mais eficazes de reduzir a nossa pegada ecológica.

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