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Marcelo diz temer as entrevistas de Maria Flor Pedroso

O Presidente da República elogiou hoje a isenção da jornalista Maria Flor Pedroso e, recorrendo ao humor, disse temer ser "vítima" das suas entrevistas e que terá em conta esse fator ao ponderar a sua recandidatura.

Marcelo diz temer as entrevistas de Maria Flor Pedroso
Notícias ao Minuto

19:09 - 20/11/18 por Lusa

País Belém

Durante uma sessão do programa 'Jornalistas no Palácio de Belém', em Lisboa, tendo Maria Flor Pedroso como convidada, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou os tempos em que os dois se cruzaram na TSF, ela como jornalista e ele comentador, e depois trabalharam juntos na RTP, no seu comentário semanal no final do telejornal.

Maria Flor Pedroso recentemente transitou da Antena 1 para assumir as funções de diretora de informação da RTP e Marcelo Rebelo de Sousa desejou-lhe "muitas felicidades num cargo dificílimo" e disse esperar que "acabe por se apaixonar pela televisão, não se esqueça da rádio e continue muito dura, muito dura, muito dura".

Sobre os tempos em que estiveram juntos na rádio e na televisão, o Presidente da República contou que os dois se tornaram amigos, apesar de terem "ideias diferentes sobre vários aspetos do mundo e da vida" e que quando acompanharam dois comícios do PS e do PSD e um congresso dos sociais-democratas, em 1995, percebeu "que ela era uma pessoa muito isenta".

"Aliás, depois, fui vítima, mais tarde, quando fui entrevistado por ela, primeiro na RTP", observou.

"Depois, onde fui mais vítima foi como candidato presidencial, porque fez-me talvez a entrevista mais difícil da campanha eleitoral, aí, na rádio, uma entrevista que nunca mais acabava. Eu só me perguntava: mas, por que é nunca mais acaba esta entrevista?", relatou aos jovens alunos na plateia, de escolas do Porto, de Gaia e de Lisboa, provocando risos.

Segundo o Presidente da República, "a Maria Flor separava muito bem a relação pessoal da relação profissional, ali ela era a jornalista, tinha de perguntar tudo, como ela diz, em campanha eleitoral pergunta-se tudo, tudo, até ao pormenor".

"Das coisas que eu irei ponderar certamente no futuro, quando ponderar se me recandidato ou não, é: será que ela ainda faz entrevistas? Vai ser um argumento de peso. Eu diria que a Maria Flor Pedroso ainda vai entrevistar, talvez seja má ideia estar a repetir a experiência, é melhor ser outro", declarou, no fim da sua intervenção.

Por sua vez, Maria Flor Pedroso agradeceu a Marcelo Rebelo de Sousa, referindo que é provavelmente o político que conhece melhor, e que tem saudades dos anos em que semanalmente os dois falavam pelo menos durante de meia hora na RTP, entre 2006 e 2010.

"Gostei muito e acho que aprendi muito consigo e queria-lhe agradecer", acrescentou.

Antes da chegada do chefe de Estado, a diretora de informação da RTP conversou com os alunos sobre o seu percurso, falou-lhes das lições que aprendeu logo no início sobre "excesso de confiança" e achar que se pode "fazer tudo bem" e de entrevistas que a marcaram a Amália Rodrigues e a Álvaro Cunhal.

Maria Flor Pedroso afirmou que gosta especialmente de acompanhar campanhas eleitorais e de fazer debates e que, no seu entender, todo o "jornalismo é serviço público".

Em resposta a questões dos alunos, a jornalista comentou o problema das 'fake news', defendendo que os cidadãos também têm "uma responsabilidade na sua busca de informação".

Interrogada sobre a transmissão de touradas na televisão pública, Maria Flor Pedroso respondeu que tem "um pensamento sobre isso", mas preferiu mantê-lo reservado, com o argumento de que ainda não discutiu o assunto com a sua equipa de direção, que aguarda parecer da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, nem com a direção de programação da RTP.

Aos jovens que querem ser jornalistas, deixou a seguinte sugestão: "Vejam lá se têm bem a certeza desse sonho, porque é uma vida dura. Podem achar que é uma coisa assim glamorosa, mas não é tão glamorosa quanto isso".

Marcelo Rebelo de Sousa subscreveu estas palavras. "Pensem duas vezes, porque é uma vida terrível, a começar na vida pessoal e familiar. Não é fácil, porque não há horas, os acontecimentos sucedem-se", aconselhou.

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