Portugueses estão insatisfeitos, mas não infelizes

Os portugueses não estão infelizes, estão insatisfeitos. É esta a conclusão de um estudo sobre a felicidade, do sociólogo Rui Brites, que acrescenta ainda que as manifestações do passado sábado foram um sinal do sentimento de “injustiça” em relação às medidas de austeridade.

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Notícias Ao Minuto com Lusa
19/09/2012 18:47 ‧ 19/09/2012 por Notícias Ao Minuto com Lusa

País

Estudo

Rui Brites, que participa esta quarta-feira num debate promovido pela Ordem dos Médicos, afirma que as medidas de austeridade “quebraram a confiança [dos portugueses] no Governo”.

Segundo o especialista, os portugueses compreendem que a situação é difícil e há necessidade de sacrifícios, de fazer ajustamentos, e ouviam-se algumas queixas, mas não se manifestavam, mas o discurso do primeiro-ministro alterou tudo.

“O discurso de sexta-feira de Passos Coelho veio mudar tudo, porque o que apareceu associado ao ajustamento foi uma manifesta injustiça", frisou.

Rui Brites explicou que a felicidade é diferente da satisfação, que é um estado passageiro.

Na actual situação de crise económica, com a sucessão de medidas que estão a reduzir o rendimento dos cidadãos, a aumentar os impostos e a fazer subir o desemprego, "as pessoas manifestaram-se porque estão insatisfeitas, não porque estão infelizes".

Aliás, explicou, "quem está infeliz não faz nada, fica parado à espera que as coisas mudem. Quem quer ser feliz faz com que as coisas mudem".

Para o sociólogo, "a importância da felicidade em momentos de crise aparece como paliativo para as dificuldades do dia-a-dia. Se a economia já não resolve os problemas pode ser que haja outra forma mais simples de os relativizar".

Nos estudos sociólogos que já efectuou sobre a felicidade dos portugueses, Rui Brites chegou a conclusões que considera "um bocado contraditórias", se analisados factores indirectos como a saúde, o rendimento ou a educação.

Apesar de outros países europeus apresentarem melhores condições de vida, "os portugueses e espanhóis são dos povos mais felizes da Europa. Dizem-se mais felizes do que as condições objectivas permitiriam dizer", justificou Rui Brites.

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