A ideia da iniciativa partiu do antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão (1981-83), que integrou até 2015 o Grupo de Bilderberg, que reúne anualmente destacadas figuras de áreas como a política e a economia a nível mundial, e decidiu agora lançar uma iniciativa semelhante em Portugal.

Para lançar a discussão nos Encontros de Cascais, Francisco Pinto Balsemão convidou um grupo de 11 fundadores que inclui as presidentes da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, e da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, os empresários Vasco de Mello, José de Mello, Paula Amorim, o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, o filho e atual líder do grupo Impresa, Francisco Pedro, os presidentes-executivos do Novo Banco, António Ramalho, da Galp Energia, Carlos Gomes da Silva, e da AON, Pedro Penalva, e ainda António Lagartixo, da Deloitte Portugal e Angola.

Os Encontros de Cascais terão regras semelhantes às do Clube de Bilderberg, que herdou o nome de um hotel holandês.

Nas conferências podem participar apenas o grupo, fundadores e os seus convidados, e não há cobertura jornalística.

Contudo, antes de entrar para o encontro, em declarações à agência Lusa, Francisco Pinto Balsemão explicou que a iniciativa surgiu "da necessidade de juntar pessoas bastante representativas das várias áreas num ambiente fechado", onde possam ter "tempo e concentração" para dialogar.

"Durante 34 anos estive como único representante português no grupo de Bilderberg e achei aquilo impecavelmente organizado. Portanto, fui buscar pequenos e grandes aspetos. Primeiro, é preciso que as pessoas durmam num sítio sem acompanhantes e, portanto, estejam completamente livres. Segundo, as mesas às refeições não são marcadas. Terceiro, que cada um dos moderadores tenham capacidade para não deixar os oradores falar demais", exemplificou.

Francisco Pinto Balsemão referiu que o critério dos convites teve em conta questões como a igualdade de género e de equilíbrio geracional, convidando também "gente mais nova".

No sábado, último dia do encontro, estará presente o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, para se inteirar das conclusões dos trabalhos.