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Saída de BdC: "Justiça que trata povo e nobres de forma diferenciada"

O comentador desportivo e professor de Direito, André Ventura, não vê com bons olhos a decisão do juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro, embora considere que a mesma "não choca por ser processualmente inadequada", pois, defende, a prisão preventiva deve ser a "última das medidas" a adoptar pelo juiz e "apenas quando nenhuma das outras se revelar igualmente eficaz".

Saída de BdC: "Justiça que trata povo e nobres de forma diferenciada"
Notícias ao Minuto

07:40 - 16/11/18 por Patrícia Martins Carvalho

País André Ventura

Bruno de Carvalho e Nuno Mendes, mais conhecido por Mustafá, saíram, na quinta-feira, em liberdade depois de terem sido detidos no domingo.

Aos dois suspeitos, que são o 44º e 45º arguidos do processo que investiga a invasão e consequentes agressões na Academia do Sporting em Alcochete, foram aplicadas as medidas de coação de apresentações diárias no posto policial das respetivas áreas de residência, bem como o pagamento de uma caução de 70 mil euros.

Mas, para André Ventura, há algo que “choca nesta decisão” que é o facto de “dar a sensação de diferença de tratamento consoante o ‘estatuto social’ ou consoante o poder na cadeia de comando”.

“Na verdade, esta decisão do juiz Carlos Delca só pode ser vista de uma de duas formas: ou uma notória incompetência dos órgãos que investigam este caso, que determinam a detenção de alguém sem terem sido reunidos fortes indícios da sua responsabilidade penal - o que face às noticias que têm sido publicadas não parece ser o caso - , ou uma incompreensível diferença de tratamento entre arguidos”, refere Ventura em declarações ao Notícias ao Minuto.

Então se Bruno de Carvalho é apontado como autor moral ou instigador das agressões de Alcochete sai em liberdade e ficam presos miúdos de 19 e 20 anos que participaram nessa agressão alegadamente determinada pelo ex-presidente do Sporting?

Face ao exposto, André Ventura lamenta a “ideia” de que a justiça passa de si própria que é a de que “quem se lixa é sempre o mexilhão”, pois “quem manda sai em liberdade e os peões de execução ficam atrás das grades”. Na verdade, sublinha o comentador, a ideia que fica é a de que existe uma “justiça enviesada que parece tratar o povo e os nobres de forma diferenciada”.

Em jeito de conclusão, o professor universitário diz esperar que o julgamento deste processo venha “efetivamente trazer luz e justiça sobre os terríveis acontecimentos de Alcochete”, mas essa justiça, adverte, deve ser a “tal” que se “deve fazer em nome do povo: transparente e igual para todos”.

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