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Avião português em Cabo Verde com menos doentes

O número de doentes transportados pela aeronave portuguesa alugada pelo Estado cabo-verdiano está aquém das previsões da empresa de aviação, porque "bastantes doentes estão a ser conduzidos em voos regulares", segundo o diretor da companhia.

Avião português em Cabo Verde com menos doentes
Notícias ao Minuto

12:53 - 15/11/18 por Lusa

País Carreira

Em entrevista à agência Lusa na cidade da Praia, o diretor da empresa portuguesa Sevenair, que alugou uma aeronave turboélice bimotor Jetstream 32 a Cabo Verde, para o transporte de doentes inter-ilhas, referiu que por este meio foram transportados 24 doentes, desde finais de agosto, quando o avião aterrou no aeroporto da capital.

"Transportámos 24 doentes, alguns em estado bastante grave. Estamos felizes com o desfecho dessa operação", disse Alexandre Alves.

São menos doentes do que aqueles que a empresa tinha previsto, pois apenas os "bastante graves" é que estão a ser transportados por esta aeronave.

Por essa razão, adiantou Alexandre Alves, apenas um terço das 50 horas de voo mensais contratualizadas é que estão a ser usadas. As restantes irão posteriormente ser creditadas.

Atualmente, ainda existem "bastantes doentes que estão a ser transportados nos voos regulares".

"Sabemos que não é uma situação ideal, nem para os doentes, nem para a própria companhia que os transporta (a Binter Cabo Verde), e que nem é confortável para os outros passageiros estarem ao lado de pessoas em situações difíceis de saúde", referiu.

Para Alexandre Alves, esta situação "tem a ver com a própria coordenação dos meios" que "não são chamados".

"Há aqui uma interligação que carece de alguma reorganização, mas os primeiros meses serviram precisamente para isso. Até ao final do ano, estaremos em condições de transportar todos os doentes", afirmou.

O transporte de doentes inter-ilhas é apenas a primeira fase do acordo com o Estado cabo-verdiano que prevê que a mesma aeronave realize outro tipo de operações, como transporte de individualidades e suporte a todas as missões de Estado.

O acordo está, no entanto, atrasado face ao previsto, o que se deve às negociações em curso e os passos necessários, como "certificações, aprovações, autorizações - não só da autoridade local, como da portuguesa - formação, etc", disse.

Além do aluguer da aeronave, o contrato inclui o serviço da operação, pilotos, manutenção e seguros, sendo uma operação gerida e coordenada pela Guarda Costeira de Cabo Verde.

A segunda fase do projeto deverá arrancar em breve e prevê a aquisição por parte de Cabo Verde de dois aviocar C212, que a Sevenair adquiriu à Força Aérea Portuguesa (FAP), em troca dos quais o Estado cabo-verdiano entregará um Dornier, operação sujeita a acertos posteriores.

"Uma entidade independente vai fazer uma avaliação das duas aeronaves na nossa posse, da Dornier, na posse do Estado de Cabo Verde e será feito um acerto de contas entre ambas", prosseguiu.

Daqui a um ano, e com estes dois aviocar C212 a funcionar em pleno, todas as ilhas de Cabo Verde irão ficar com transporte aéreo de doentes assegurado, o que não acontece atualmente nas ilhas da Brava e Santo Antão, devido às condições das pistas de aterragem.

"As pistas dessas ilhas têm algumas limitações. Não podem ser usadas por civis, mas nada as impede de ser usadas por militares", disse, acrescentando: "Como aeronaves militares, [os C212] podem aterrar em pistas não preparadas, curtas, em condições muito adversas. São indicadas para as missões que o Estado cabo-verdiano necessita".

À Sevenair caberá "a capacitação da esquadrilha aérea da Guarda Costeira que, neste momento, não tem esta capacitação: tem técnicos, pilotos, técnicos de manutenção aeronáutica, mas não tem aeronaves para voar", referiu.

Além do transporte de doentes, os C212 estão preparados para realizar ações de patrulha marítima, busca e salvamento, lançamento de paraquedistas, transporte de carga e de passageiros.

Em relação ao avião da Sevenair, que atualmente transporta os doentes inter-ilhas, este deixará de ser usado pelo Estado cabo-verdiano.

Alexandre Alves assume, contudo, que a empresa vai manter-se no país. "Não queremos deixar Cabo Verde", afirmou.

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