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Detenção de BdC. “Acusação de terrorismo é absolutamente descabida”

Miguel Sousa Tavares critica o facto de Bruno de Carvalho ter sido detido antes de ser ouvido e a acusação de terrorismo pela qual responde o ex-presidente leonino.

Detenção de BdC. “Acusação de terrorismo é absolutamente descabida”
Notícias ao Minuto

21:30 - 12/11/18 por Melissa Lopes

País Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares criticou, esta segunda-feira, a detenção de Bruno de Carvalho por esta ter acontecido antes de o ex-presidente do Sporting ter sido ouvido.

Na antena da TVI, o comentador defendeu que “as pessoas são detidas depois de ouvidas por um juiz, quando o juiz entende que há indícios suficientes para manter em prisão preventiva” e que o processo não pode ser o inverso, como aconteceu com Bruno de Carvalho.

Ex-presidente do Sporting e o líder da Juve Leo, recorde-se, foram detidos este domingo e deverão ser ouvidos pelo juiz do Tribunal do Barreiro esta terça-feira, de acordo com a Procuradoria-Geral da República. 

“Ser detido previamente é um abuso, é uma violência injustificada, é uma humilhação injustificada, e sobretudo, para o comum das pessoas que não está a par das minudências jurídicas, isto insinua logo uma culpabilidade sobre a pessoa que ainda nem sequer foi ouvida. Isto é absolutamente inaceitável e inadmissível e repete-se sistematicamente”, considerou Sousa Tavares.

Por outro lado, o escritor considerou também “um abuso total” que a GNR tivesse levado o computador da filha de BdC que “é uma adolescente, e que não vai ser arguida”. “Não se pode levar a casa das pessoas e levar tudo indiscriminadamente”, firmou, sublinhando que “tem que haver o mínimo de decoro e de respeito pela privacidade alheia, que nesse caso, pelo que está à vista, não houve”.

Sousa Tavares comentou também a acusação de terrorismo, um dos 56 crimes que constam do mandado de detenção, considerando-a “absolutamente descabida”. “Destina-se apenas a permitir dizer que o processo é de especial complexidade e poder demorar indefinidamente”, notou o escritor que não vê especial complexidade neste caso.

“É muito fácil saber o que é que se passou, saber quem foram os autores morais, quem foram os mandantes”, atirou. E acrescentou ainda que “parece que estamos a brincar com coisas sérias”. “Terrorismo é coisa séria, isto não tem nada a ver com terrorismo”, enfatizou.

Apesar disso, o escritor não tem dúvidas de que o que se passou em Alcochete, a 15 de maio, “só pode ter acontecido com cumplicidade vinda de ao mais alto nível”, uma vez que se permitiu que os agressores entrassem livremente na academia.

Para Miguel Sousa Tavares, havia indícios, não de que Bruno de Carvalho tenha sido propriamente o mandante do ataque, mas que, “pelo menos alguém, muito colocado altamente, achou que o presidente do Sporting não se importaria muito que os jogadores levassem um susto”.

"BdC ganha o Sporting como Bolsonaro ganha eleições no Brasil"

Em todo o caso, o comentador sublinhou que desde o início do mandato de Bruno de Carvalho no Sporting que era “evidente” que estávamos perante “um demagogo”. “Ele ganha ao Sporting como Bolsonaro ganha as eleições do Brasil”, comparou.

“E, portanto, se BdC é o autor moral do que aconteceu em Alcochete, o autor moral do BdC são os 90% de sportinguistas que ultimamente o sufragaram quando ele propôs estatutos para ser um ditador” no clube de Alvalade.

Miguel Sousa Tavares trouxe ‘à baila’ nomes de pessoas que nunca esperou que “sufragassem” BdC: Daniel Sampaio e Eduardo Barroso. A este último, perguntou: “O que é o que o levou a achar que BdC era o homem certo para resgatar o Sporting? E o que é que o levou a deixar de pensar isso?”

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