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Guiné Equatorial espera relação "sem julgamentos precipitados"

O embaixador equato-guineense em Portugal disse hoje acreditar que as relações bilaterais se vão basear no "respeito e confiança" e "sem julgamentos precipitados", afirmando desejar que Lisboa veja o seu país como "uma nova porta" para a difusão do português.

Guiné Equatorial espera relação "sem julgamentos precipitados"
Notícias ao Minuto

22:34 - 31/10/18 por Lusa

País Diplomacia

"Acreditamos que, no futuro, as nossas relações com Portugal continuem baseadas no respeito, na confiança, no entendimento mútuo, sem julgamentos precipitados, reforçando a cooperação nos grandes domínios em que Portugal tem grande experiência e naqueles em que a natureza da Guiné Equatorial oferece vantagens de negócio, em benefício recíproco", afirmou hoje Tito Mba Ada, embaixador equato-guineense em Lisboa e junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O diplomata falava durante uma cerimónia, em Lisboa, para assinalar os 50 anos da independência da Guiné Equatorial em relação a Espanha, que se celebraram no passado dia 12 de outubro.

"O nosso desejo é de que Portugal considere o nosso país como aliado na cooperação e como um parceiro privilegiado, como um grande mercado para investimento e uma nova porta para a difusão da língua portuguesa nesta parte de África", comentou Mba Ada.

Antes, o embaixador recordou que Lisboa e Malabo celebraram em 1998 um acordo geral de cooperação.

"Ao longo destes anos, as nossas relações com este belo país de Portugal são cordiais e de respeito mútuo, uma vez que estamos unidos por laços históricos inegáveis, bem como a nossa presença comum na CPLP" - organização a que a Guiné Equatorial aderiu em 2014 como membro de pleno direito -, referiu ainda.

O diplomata recordou a celebração dos 50 anos da independência, assinalados com uma cerimónia na Guiné Equatorial, agradecendo a presença dos "representantes dos países amigos que responderam ao convite, e dos compatriotas e amigos, que se juntaram neste ato e dia de júbilo muito significativo".

Questionado pela Lusa sobre o facto de Portugal se ter feito representar nessa cerimónia apenas pelo encarregado de negócios em Malabo - Lisboa não dispõe de embaixada na capital equato-guineense -, apesar de o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, ter dirigido um convite ao seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, o embaixador desvalorizou.

"Durante a celebração dos 50 anos de independência, a Guiné Equatorial convidou muitos países amigos. E os países amigos responderam com a sua presença física. Portugal esteve presente na celebração em Malabo", afirmou Tito Mba Ada.

Portugal, acrescentou, "é um país aliado, amigo, irmão, que está presente dia e noite e não importa se é a mais alto ou a mais baixo nível".

"A representação foi a alto nível, porque a pessoa que esteve lá representava aquele alto nível. Isso é o que importa", comentou.

Na sua intervenção, o diplomata afirmou que o país conquistou a "verdadeira liberdade" a 03 de agosto de 1979 - quando chegou ao poder, na sequência de um golpe de Estado, Teodoro Obiang, que se mantém como Presidente da Guiné Equatorial -, "data a partir da qual mudou o regime e foram restabelecidas as liberdades, a paz voltou a reinar".

"Nestas últimas décadas após a independência, tem sido constante a evolução das condições de vida no país, o crescente respeito pelos direitos humanos, que só os cegos não querem ver, a melhoria do acesso a escolaridade, as condições de vida e de igualdade para as mulheres", considerou.

A Guiné Equatorial é hoje "um país ideal, aberto, livre e seguro", com "paz e estabilidade" e "altamente propício ao investimento estrangeiro", sublinhou, lançando um convite aos empresários da CPLP para fazerem visitas de negócios.

O país aderiu ao bloco lusófono em 2014, mediante um roteiro de adesão, que previa a abolição da pena de morte e a disseminação do português. Desde então, está em vigor uma moratória sobre a pena de morte e as autoridades garantem que não houve mais nenhuma execução judicial, apesar de os tribunais continuarem a condenar à pena máxima.

O Governo da Guiné Equatorial é acusado por várias organizações da sociedade civil de constantes violações dos direitos humanos e perseguição a políticos da oposição.

Portugal foi o país que mostrou mais reticências à entrada da Guiné Equatorial para a CPLP e tem sido, desde então, uma das vozes mais críticas sobre a necessidade de as autoridades de Malabo cumprirem as medidas previstas no roteiro de adesão.

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