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Presidente da República pede "esforço suplementar" pela leitura

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu hoje aos responsáveis pelas escolas e à comunicação social, "a antiga e a nova", que contribuam para "um esforço suplementar" de incentivo à leitura.

Presidente da República pede "esforço suplementar" pela leitura
Notícias ao Minuto

18:57 - 31/10/18 por Lusa

País Marcelo

Na conferência do Plano Nacional de Leitura 2027 'Presente - Futuro: A Atualidade da Leitura', na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o chefe de Estado defendeu que "nas sociedades contemporâneas dominar plenamente a leitura se tornou indispensável a todas as pessoas e que um bom nível de literacia condição central de inclusão e de cidadania".

"Verifico com alegria, verificamos todos, que o Plano Nacional de Leitura tem sido uma orientação política, uma opção política, educativa e cultural, que ao longo dos últimos 12 anos ajudou o nosso país a progredir, a saltar etapas no desenvolvimento, a avançar mais rapidamente para formar uma sociedade mais educada, mais culta, mais competente", afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa advertiu, no entanto, que "os desafios desta nova fase são muito exigentes".

"É preciso aqui fazer um esforço suplementar que me preocupa. Primeiro, é preciso que os responsáveis das escolas, todos eles, sejam sensíveis a esta problemática", acrescentou.

Segundo o chefe de Estado, é importante também "fazer a ponte com as famílias, isto é, com a comunidade como um todo, para que ela perceba a importância do plano e reavive a adesão que teve inicialmente ao plano".

"Depois, é preciso sensibilizar a comunicação social, as comunicações sociais, a antiga e a nova", prosseguiu.

Quanto à comunicação social "antiga", considerou que isso "é mais difícil do que era noutros tempos devido à sua crise económica e financeira", mas solicitou "aos poucos que vão sobrevivendo, quase heróis, que militem nesta causa" da promoção da leitura.

"E a nova, que compreenda esta causa. Essa nova comunicação social, que conhecemos todos os dias e com a qual contactamos através da Internet, que perceba a importância desta causa", apelou.

Antes, o Presidente da República mencionou que quando era comentador televisivo ajudou a divulgar o Plano Nacional de Leitura e que hoje é "raro haver desses comentários com livros no chamado 'prime-time'".

"Agora é às tantas da noite. É preciso ser-se notívago para ter o contacto com o que se vai publicando no nosso país com as diversas iniciativas editoriais. Somos poucos mas bons esses milhares que à uma ou às duas da manhã acompanhamos o espaço editorial remanescente", observou.

De acordo com o chefe de Estado, há que "dar força aos heróis editores e aos heróis livreiros que vão subsistindo, quais últimos moicanos", porque "sem eles também o acesso ao livro e à leitura é cada vez mais difícil".

Neste discurso, de cerca de meia hora, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que "a escola faz a diferença" na aprendizagem inicial da leitura, mas saudou igualmente a "aposta específica complementar na literacia dos adultos".

No seu entender, "a sociedade portuguesa não está a conseguir inverter uma lógica de envelhecimento rápido" e depara-se com "uma clivagem" entre gerações que constitui "um problema social grave".

Trata-se de "uma clivagem no acesso à realidade, nas vias de comunicação, nos discursos ou, como se diz hoje também, nas narrativas, na compreensão do mundo e também na compreensão recíproca", expôs.

No final da sua intervenção, o chefe de Estado manifestou-se convicto de que "esta segunda fase ultrapassará o êxito da primeira fase" do Plano Nacional de Leitura, que foi "uma boa rutura na sociedade portuguesa".

"É disso que nós precisamos agora também, respeitando a continuidade do muito feito, uma rutura, um salto qualitativo na leitura na sociedade portuguesa. Nos próximos anos aqui estarei para verificarmos se marcámos passo ou se avançámos para o futuro", concluiu.

O Presidente da República fez rir a assistência quando disse que ser bibliotecário foi "das atividades mais divertidas" da sua vida e que tem "uma saudade imensa dessa relação direta com os livros, às vezes mais interessante do que a relação com as pessoas, que já é muito interessante".

"Nunca livreiro, por um triz, esteve quase, quase, quase, mas não, acabei por resistir, com alguma pena, porque é um sonho ser-se livreiro", referiu, mais à frente.

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