"Número de ditaduras vai aumentando, isso não é uma boa notícia"
O Presidente da República disse hoje que o aumento do número de ditaduras no mundo não é uma boa notícia, defendendo que o grande desafio da justiça é, por um lado, mais liberdade e, por outro, mais igualdade.
© Global Imagens
País Presidente Marcelo
"Se olharmos para o mundo, o número de democracias vai diminuindo e o número de ditaduras vai aumentando, isso não é uma boa noticia", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se ainda preocupado com a escravatura dos tempos presentes, nomeadamente entre os imigrantes, muitas vezes vítimas de redes clandestinas.
"Há cada vez mais leis contra a escravatura e, infelizmente, há cada vez mais novos escravos a começar em muitos imigrantes nas redes clandestinas que os exploram", defendeu o chefe de Estado, que falava à margem do congresso promovido pela União Internacional de Advogados que debate hoje, no Porto, a luta contra a escravatura.
Antes, no discurso de abertura do congresso, proferido em inglês e francês, o chefe de Estado referiu-se à "tentação do radicalismo em todo o mundo".
"A crise nos sistemas económicos, sociais e políticos criam um tipo de tentação ao radicalismo, à xenofobia e ao hiper nacionalismo e, por às vezes, ao populismo, o que é contrário à racionalidade nesses casos", sustentou.
O Presidente da República mostrou-se ainda preocupado com a lentidão da justiça, defendendo que cabe aos advogados continuar a defender os princípios fundamentais de uma sociedade de direito.
"Estou preocupado porque vejo que o direito e a política não acompanham a velocidade da mudança científica, tecnológica, económica, financeira e social. Cabe a vós defender a constitucionalidade, a legalidade, os direitos humanos e lutar contra o abuso de poder político, económico, social, administrativo", afirmou.
Na parte inicial da intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa apontou o Porto como um exemplo de liberdade, uma cidade onde sempre se lutou pela democracia.
O papel dos advogados na luta contra a escravatura dos tempos modernos e a prática da advocacia na era digital são os temas do congresso da União Internacional de advogados, que decorre até 03 de novembro, no Porto.
No último ano, a União Internacional de Advogados (UIA) foi presidida pelo português Pedro Pais de Almeida, que elegeu a lusofonia e a sua afirmação no mundo como tema central do seu mandato.
A UIA, entidade consultora das Nações Unidas e do Conselho da Europa, tem presença em 120 países, agrupa mais de 200 ordens, associações e federações de advogados e representa mais de dois milhões de advogados.
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