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Tensão no ar e ameaças de 'invasão'. As imagens do protesto das polícias

Manifestantes chegaram a derrubar barreiras de segurança colocadas à frente da escadaria da Assembleia da República, mas não foram tão longe como em 2013.

Notícias ao Minuto

08:53 - 26/10/18 por Melissa Lopes com Lusa

País Manifestação

As memórias da manifestação de novembro de 2013 pairava no ar, mas, em cinco anos, muita coisa mudou: o Governo é outro e a troika partiu para outra freguesia e, com ela, foi muita da austeridade que marcou o país desde 2010. 

Mas, um protesto nunca deixa de o ser e a tensão está sempre presente. A manifestação desta quinta-feira, que reuniu cerca de cinco mil profissionais (da PSP, da GNR, do SEF, da ASAE, da Polícia Marítima e guardas prisionais) não foi diferente nesse sentido. Chegou a gritar-se ‘invasão, invasão’ e no ponto mais tenso,  os manifestantes derrubaram as barreriras de proteção da escadaria da Assembleia da República, mas os ânimos acabariam por se acalmar. 

Desta vez, a manifestação organizada pelos sindicatos das forças sofreu um reforço de segurança, um aparato policial  que 'irritou' os manifestantes e que obrigou os Polícias a 'medirem forças' durante mais de hora. Várias filas de elementos do Corpo de Intervenção da PSP, compostas por dezenas de agentes, ocuparam a escadaria do Parlamento para evitar que os manifestantes rompessem o cordão policial (como aconteceu em 2013) e entrassem no edifício.

Pelas 21h10 mantinha-se a tensão no local, depois de cerca de uma hora antes grupos de manifestantes terem derrubado as grades de segurança que os impediam de subir as escadarias do Parlamento. Na altura os ânimos exaltaram-se entre os cerca de 5.000 manifestantes e os organizadores do protesto apelaram à calma. 

As centenas de manifestantes que ali continuavam concentrados iam batendo palmas, atirando bandeiras dos sindicatos contra os colegas fardados do Corpo de Intervenção e gritavam várias vezes "invasão, invasão" e "juntem-se a nós", referindo-se aos polícias fardados e que estavam de serviço à segurança da manifestação, ou seja, do lado oposto da barricada.

Os manifestantes chegaram a aceder a uma entrada lateral do edifício da Assembleia da República, mas o Corpo de Intervenção montou de imediato uma barreira no local.

Sobretudo elementos da PSP e GNR saíram da Praça do Comércio às 18h40 e gritaram palavras de ordem como "Cabrita o que é isto? Um país seguro e os polícias nisto", "Oh Costa, basta de empurrar, a segurança não se faz a brincar", "Polícias Unidos Jamais serão Vencidos". 

"Vale a pena manter a luta"

Apesar de o Ministério da Administração Interna (MAI), tutelado por Eduardo Cabrita, ter anunciado no próprio dia que vai pagar a partir de janeiro de 2019 os subsídios relativos ao período de férias, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, declarou à Lusa que "vale a pena manter a luta", porque o problema não fica totalmente resolvido, faltando saber como serão pagos os retroativos desde 2011.

Paulo Rodrigues disse também que há outros problemas na PSP, designadamente falta de efetivos e de investimento, dando como exemplo as deficiências ao nível da frota automóvel e do sistema informático.

O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), César Nogueira, adiantou que o MAI fez promessas em dia de protesto, mas o que é necessário é resolver problemas como o desbloqueamento das carreiras, a contagem do tempo em que as carreiras estiveram congeladas e o reconhecimento da profissão de desgaste rápido.

Durante o protesto, os polícias empunharam bandeiras dos vários sindicatos representados e exibiram cartazes onde se pode ler: "Basta de desconsideração", "Exigimos o desbloqueamento das carreiras" e "Cumpram as leis e as decisões judiciais".

Integram a CCP dos sindicatos e associações do setor, a ASPP, a APG, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, o sindicato dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e os profissionais da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE). A organização anunciou que se vão juntar à manifestação de 15 de novembro, organizada pela CGTP.

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