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Greve dos guardas adia julgamento de mulher acusada de matar marido

A greve dos guardas prisionais levou hoje ao adiamento do início do julgamento de uma mulher, de 47 anos, acusada de matar o marido, de 83 anos, com várias facadas, em fevereiro deste ano, em Torres Vedras.

Greve dos guardas adia julgamento de mulher acusada de matar marido
Notícias ao Minuto

17:00 - 24/10/18 por Lusa

País Prisão

A primeira sessão de julgamento estava agendada para as 14:30 no Tribunal de Loures, mas teve de ser remarcada para a mesma hora de 07 de novembro, devido ao facto de não haver guardas prisionais para transportar a arguida que se encontra em prisão preventiva no Hospital Prisional de São João de Deus, em Caxias, concelho de Oeiras.

O segundo dia da greve nacional dos guardas prisionais registou hoje uma adesão de cerca de 75%, indicou o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional. Em causa estão reivindicações relacionadas com a carreira, com a revisão do estatuto e com o horário de trabalho de oito horas que, segundo este sindicato, "altera a dinâmica" do funcionamento das prisões e conduz, muitas vezes, à necessidade de prolongamento do tempo de trabalho diário.

A acusação do Ministério Público (MP), consultada pela agência Lusa no Tribunal de Loures, refere que a mulher, reformada, "padece de debilidade mental de grau ligeiro e perturbação da personalidade" com "fragilidades estruturais e mecanismos de defesa primários", de acordo com as conclusões de um relatório pericial psiquiátrico, realizado em 2013.

A arguida é seguida há muitos anos em consultas de psiquiatria e neurologia.

Em 2011, à data com 41 anos, e a vítima, nessa ocasião com 77 anos, começaram a namorar e passaram a morar juntos, tendo em dezembro do ano seguinte casado.

Em face da sua situação de saúde, a mulher "apenas conseguia desempenhar tarefas de vida diárias básicas", diz a acusação, salientando que a relação entre o casal "passou a ser pautada por episódios de agressões verbais e físicas da arguida para com o ofendido".

O MP conta que, pelas 14:00 de 13 de fevereiro deste ano, dia de Carnaval, no interior da habitação onde moravam, "nervosa, a arguida iniciou uma discussão em voz alta" com o marido, que lhe disse para se acalmar.

"Exaltada e fora de si", a mulher gritou para o marido se calar, chamando-lhe vários nomes.

"Na sequência da discussão, a arguida agarrou o ofendido e mordeu-lhe na face, causando-lhe lacerações dos tecidos do nariz, do lábio e do sobrolho (...). De seguida, munida de uma faca de cozinha (30 centímetros), "desferiu, pelo menos, oito golpes no corpo da vítima", descreve a acusação.

Após cometer o crime, o MP conta que a mulher despiu a roupa ensanguentada, descalçou-se, lavou-se e lavou a faca, e, de seguida, em casa, escondeu a roupa, os sapatos e a faca.

Depois, "a arguida vestiu-se e dirigiu-se ao centro da cidade de Torres Vedras, assistindo ao corso de Carnaval", frisa o despacho de acusação.

A mulher está acusada de um crime de homicídio qualificado.

Em janeiro deste ano (pouco mais de um mês antes do homicídio), a mulher havia sido condenada a uma pena suspensa de 14 meses de prisão por agressões físicas e verbais contra polícias, que, em fevereiro de 2016, tiveram de intervir na via pública, após a mulher empurrar o marido para uma estrada.

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