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Argentinos condenado a 18 anos de prisão por roubos violentos a bancos

Dois dos homens mais procurados pelas autoridades argentinas desde 2003, detidos em Aveiro, em 2016, foram hoje condenados a 18 anos e dez meses e a 18 anos de prisão por roubos violentos a bancos, em Odivelas e Cascais.

Argentinos condenado a 18 anos de prisão por roubos violentos a bancos
Notícias ao Minuto

17:28 - 22/10/18 por Lusa

País Aveiro

Procurados pela Argentina desde 2003 e detidos pela Polícia Judiciária, em Aveiro, em 2016, "El Ruso" Lohrman e Horácio Maidana (líder e número dois da organização criminosa), e mais três arguidos, foram julgados por assaltarem, com violência, quatro bancos (três no concelho de Odivelas e um em Cascais), entre 2014 e 2016, conseguindo levar, ao todo, cerca de 235 mil euros, que foram transferindo para o estrangeiro, e furtado cinco viaturas.

Hoje, na leitura do acórdão, ficou provado para o Tribunal de Monsanto, em Lisboa, que Lohrman, Maidana e o espanhol Christian Gomez, condenado a 12 anos de prisão, criaram um grupo criminoso, "dinamizado" por Lohrman, e "acompanhando de perto" por Maidana, para a execução de roubos violentos a bancos, com recurso a armas, a marretas, a identidades falsas e a disfarces, usando capacetes e máscaras faciais.

Rodolfo "El Ruso" Lohrman e a Horácio Maidana, de 53 e 57 anos, detidos preventivamente na prisão de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, são suspeitos, em 2003, em conjunto com outros elementos, do sequestro de Christian Schaerer, à data com 21 anos, estudante de direito e filho de um empresário da província de Corrientes, perto da fronteira com o Paraguai.

Os autores exigiram um resgate para a sua libertação, mas até hoje o jovem nunca apareceu.

O tribunal condenou também os outros dois arguidos a penas efetivas: o guatemalteco Manuel Garcia, de 32 anos, a uma pena de três anos e quatro meses e o português Jaime Fontes, de 33 anos, a quatro anos de prisão, ambos por apoio ao grupo criminoso.

Para o coletivo de juízes, presidido por Elisabete Reis, ficou "amplamente provado" que Lohrman e Maidana fundaram uma organização criminosa "profissional e organizada", para a qual convidaram o arguido Christian Gomez, com o único objetivo de cometer crimes contra o património, nomeadamente instituições bancárias, que eram alvo de "cuidadas vigilâncias" por parte dos arguidos, antes dos assaltos.

O tribunal valorou e deu como credíveis as declarações de Christian Gomez, que assumiu em julgamento os crimes e confessou os factos descritos na acusação, os quais foram "consentâneos" com os relatos das vítimas que "vivenciaram as situações" (assaltos) e com as imagens de videovigilância.

Os juízes consideraram que as declarações deste arguido foram "essenciais" para perceber o modo de atuação do grupo criminoso.

Lohrman, Maidana e Gomez têm ainda de pagar mais de 146.000 euros a dois bancos e uma seguradora.

O coletivo de juízes aplicou ainda a pena acessória de expulsão do país a Lohrman e a Maidana, durante dez anos, e a Manuel Garcia, por um período de cinco anos, após estes arguidos cumprirem em Portugal parte da pena a que hoje foram condenados.

À saída do tribunal, o advogado de Rodolfo "El Ruso" Lohrman referiu que vai recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa por considerar a pena de 18 anos e 10 meses "manifestamente excessiva".

Lopes Guerreio ficou também "surpreendido" por o tribunal ter valorado as declarações de Christian Gomez, quando este coarguido se recusou a responder a perguntas dos advogados que assim não puderam fazer o "contraditório".

O advogado explicou que o seu constituinte pode ter de ir para a Bulgária nas próximas semanas a fim de ser julgado por outra acusação de roubos, após o qual regressará a Portugal para continuar a cumprir esta pena.

Sobre a extradição do seu cliente para a Argentina, a mesma já foi aceite pelo Supremo Tribunal de Justiça, mas o advogado ressalvou que, primeiro, Lohrman tem de resolver estes dois processos judiciais na Europa: em Portugal e na Bulgária.

O processo pertence ao Tribunal de Loures, mas, por questões de segurança, o coletivo de juízes transferiu o julgamento para o Tribunal de Monsanto, o qual decorreu sempre sob fortes medidas de segurança, à semelhança do que aconteceu hoje na leitura do acórdão.

No interior e no exterior do Tribunal de Monsanto estiveram vários operacionais do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GIPS), que montaram um perímetro de segurança, com a ajuda de cães, enquanto as pessoas que assistiram à audiência foram revistadas por agentes da PSP, incluindo com detetor de metais.

A sessão, prevista para as 14:00, só se iniciou quase hora e meia depois, na sequência de uma avaria no sistema de gravação e de som, obrigando arguidos e assistência, incluindo jornalistas, que estavam em salas separadas por janelas de vidro, a ouvir a leitura do acórdão todos juntos, na mesma sala, a poucos metros dos arguidos, vigiados por elementos do GIPS.

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