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Santos Silva escusa-se a comentar caso Tancos, destacando o Nobel da Paz

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, escusou-se hoje a comentar o caso de Tancos, destacando que "a notícia principal do dia é a atribuição do Prémio Nobel da Paz a dois grandes ativistas".

Santos Silva escusa-se a comentar caso Tancos, destacando o Nobel da Paz
Notícias ao Minuto

13:27 - 05/10/18 por Lusa

País Tancos

Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de comemoração da Implantação da República, que decorreu na Praça do Município, em Lisboa, Santos Silva foi por diversas vezes questionado sobre o caso do furto de material militar dos paióis de Tancos, mas escusou-se a fazer comentários.

"Hoje a notícia principal é a atribuição do Nobel da Paz a dois grandes ativistas, um homem e uma mulher que muito têm trabalhado pela causa da paz. Ambos se caracterizam pela luta contra a opressão sexual e o uso da violência sexual como arma de guerra", enalteceu.

Perante a insistência dos jornalistas sobre de que forma a polémica de Tancos estava a abalar o executivo, o ministro respondeu apenas "nada".

"Como digo, a notícia principal hoje é a atribuição do Nobel da Paz", insistiu.

Sobre aquilo que esperava da cerimónia do 05 de Outubro, Santos Silva disse que é "uma cerimónia que enaltece a República e associa a República à nossa democracia".

"É o ponto mais importante. Estou certo que quer o presidente da Câmara, quer o presidente da República, farão discursos bons, importantes, sobre cujas mensagens nós refletiremos", antecipou, antes mesmo de ouvir esses discursos.

Esta semana foram divulgadas notícias que dão conta que o ministro da Defesa foi informado do encobrimento de factos no caso da recuperação do material militar furtado nos paióis em Tancos, entretanto já desmentidas pelo governante.

A edição `online´ do semanário Expresso divulgou na quinta-feira que o ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM), major Vasco Brazão, disse ao juiz de instrução da investigação à recuperação do material militar furtado em Tancos que, no final do ano passado, e já depois de as armas terem sido recuperadas, deu conhecimento ao ministro da Defesa, juntamente com o então diretor daquela polícia, da "encenação montada em conjunto com a GNR de Loulé em torno da recuperação as armas furtadas" do paiol nacional de Tancos.

Ainda na quinta-feira, em Bruxelas, o ministro da Defesa Nacional negou "categoricamente" que "tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo".

Ao início da noite de quinta-feira, num e-mail enviado à agência Lusa, o ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa admitiu que recebeu em novembro o coronel Luís Vieira e o major Brazão, mas nunca "descortinou" qualquer "indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos".

Em 25 de setembro, a Polícia Judiciária deteve, no âmbito da Operação Húbris, que investiga o caso da recuperação, na Chamusca, em outubro de 2017, das armas furtadas em Tancos, o diretor e outros três responsáveis da PJM, um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé. Na segunda-feira chegou a Portugal e foi detido o major Vasco Brazão, que foi porta-voz da PJM e estava em missão na República Centro-Africana.

Segundo o Ministério Público, em causa estão "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas".

O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

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