Falta uma "democracia mais forte" para concretizar "o verdadeiro ideal"
No discurso inaugural das comemorações do 5 de Outubro, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que a Implantação da República é uma "obra que aprende com as lições do passado, em particular que não comete os mesmos erros, ou se resigna às mesmas omissões”.
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País Marcelo
Portugal comemora esta sexta-feira 108ª aniversário da Implantação da República. No âmbito das comemorações que se assinalaram em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa começou por salientar que o “5 de Outubro, que permitiu a implantar a democracia e consagrar a democracia, é uma obra de todos os dias”. Trata-se, no seu entendimento, de uma “obra que aprende com as lições do passado, em particular que não comete os mesmos erros, ou se resigna às mesmas omissões”.
Mas, ressalvou ainda o chefe de Estado, “não há verdadeira democracia sem direitos do homem e liberdade. Não há verdadeira democracia sem condições económicas e sociais que lhe confiram liberdade de exercício. Não há verdadeira democracia sem permanente combate às desigualdades, à pobreza e à corrupção das pessoas e das instituições. Não há verdadeira democracia sem atenção às entidades estruturantes como as forças armadas”.
E “porque somos hoje, ainda mais do que sempre, Europa, não há democracia sem Europa mais exigente consigo mesma”, sublinhou ainda. Para concretizarmos “o verdadeiro ideal para Portugal que tantos falam e buscam”, é essencial “uma “democracia cada vez mais forte”.
Por isso, “saibamos pela prática de cada dia dar vida a esta celebração para que o seu sentido seja cada vez menos evocação protocolar e cada vez mais expressão de desígnio nacional. Viva a República, viva a democracia, mas sobretudo viva Portugal”.
Antes, Marcelo Rebelo de Sousa passou em revista cada década, desde 1918 até hoje e, chegado a 1968, referiu que Portugal "assistiria à chamada renovação na continuidade, ou seja, à continuidade no essencial da ditadura apesar da renovação na liderança".
Neste contexto, acrescentou: "Porque os regimes de poder pessoal são incompatíveis com a renovação dos mandatos, logo ali se descortinava o fim do fim da ditadura. Ou seja, por contraposição, o sentido de que a democracia é tudo menos o culto e a convicção da perenidade do poder pessoal".
No final do discurso, o Presidente dirigiu-se à manifestação dos professores, que se concentraram na Praça do Munícipio com cartazes onde se ouviu "o tempo é para contar, não é para apagar" e se leu "a República respeita os professores, o Governo não", e trocou algumas palavras com o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
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