"Objetivo do Governo é acabar com a carreira dos professores"

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores falou aos jornalistas, ao final da manhã desta segunda-feira, para fazer um balanço da greve dos docentes que arranca hoje e termina na próxima quinta-feira.

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Patrícia Martins Carvalho
01/10/2018 13:27 ‧ 01/10/2018 por Patrícia Martins Carvalho

País

Mário Nogueira

Os números da greve de professores que arranca hoje rondam os 75% e “estão muito semelhantes aos registados em março passado”, adiantou o porta-voz da plataforma de sindicatos que a convocou.

O balanço foi feito, ao final da manhã desta segunda-feira, por Mário Nogueira que frisou que “o que se passou na sexta-feira foi absolutamente repugnante”, pois o “Governo desvalorizou toda e qualquer negociação e toda e qualquer linha de diálogo”.

Mais, atacou Mário Nogueira: “O Governo negou até declarações do primeiro-ministro, daí eu ter dito que quem manda já não é ele”.

Bastante crítico quanto à posição do Executivo de não contabilizar o tempo em que a carreira dos professores esteve congelada devido à crise que trouxe a troika até ao nosso país, Mário Nogueira foi perentório ao afirmar aquela que é a “estratégia” do Governo.

“Toda a gente já percebeu que a estratégia do Governo é muito simples: recuperar zero! Criar condições para, logo após as eleições, ainda naquele período de estado de graça, poder liquidar o estatuto da carreira dos professores”, acusa o líder sindicalista.

E esta tese, explicou Mário Nogueira, torna-se ainda mais evidente depois de, na reunião da última sexta-feira, a mesma ter sido dita à secretária de Estado e a governante “não ter negado, nem ter contrariado isso”.

“O objetivo estratégico do Governo é acabar com a carreira dos professores e pôr toda a gente no regime geral da Função Pública”, rematou.

Os professores deram início, esta segunda-feira, a uma nova greve que durar até quinta-feira e terminar com uma manifestação nacional. Em causa, a exigência de que nove anos, quatro meses e dois dias de trabalho sejam contabilizados na progressão de carreira.

Presentes no protesto, as deputadas parlamentares Ana Mesquita (PCP) e Joana Mortágua (Bloco de Esquerda) manifestaram-se solidárias com "as justas reivindicações" dos professores, exigindo do Governo o cumprimento do que está definido no OE2018.

Ana Mesquita defendeu que reconhecer apenas parte dos anos de serviço "não é suficiente" e Joana Mortágua salientou que "é preciso dar um sinal claro agora (...) e começar a recuperar o tempo de serviço já".

A greve foi convocada por 10 estruturas sindicais de professores no dia em que o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, esteve no parlamento, a pedido do PCP, para debater o arranque do ano letivo.

De acordo com a plataforma que reúne todos os sindicatos de professores, à exceção do recém-criado Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P), a greve deverá hoje afetar sobretudo as escolas dos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém, e na terça-feira os distritos Portalegre, Évora, Beja e Faro.

No dia 3 de outubro, o protesto afetará Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco e no dia 4 Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança.

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