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El País diz que lisboetas têm "sequelas de 40 anos de ditadura"
Artigo do jornal espanhol critica o "hábito" dos lisboetas de estacionar em cima dos passeios.
© EL País
País Portugal
O El País teceu duras críticas ao estacionamento abusivo dos portugueses nos passeios de Lisboa e à atitude de complacência das autoridades que, segundo o jornal espanhol, “nada fazem” perante esta situação.
O artigo, intitulado 'A tua Lisboa e a minha', começa por elogiar a capital portuguesa, contudo, os louvores terminam logo na primeira frase.
“Lisboa é uma cidade maravilhosa para todos, exceto para as pessoas que andam nas calçadas” começa por escrever o jornalista Javier Martín Del Barrio para logo a seguir acrescentar: “Se utiliza cadeira de rodas ou viaja com um carrinho para crianças, Lisboa é uma cidade proibida”.
As várias fotos que acompanham o texto mostram uma realidade conhecida dos lisboetas. Viaturas estacionadas em cima de passeios de calçada portuguesa no Restelo, Belém, Algés e junto ao Parque Eduardo VII.
Apesar disso, o jornalista assume que este “hábito” apenas surpreende os estrangeiros e revela que as queixas sobre estas contraordenações são feitas apenas e só por associações dedicadas à inclusão de pessoas com deficiência, como a Fundação Salvador.
Além de criticar a atitude dos portugueses, que o jornalista diz ser uma “sequela dos 40 anos de ditadura”, Javier Martín Del Barrio acusa as autoridades de nada fazerem.
“As autoridades passam pelos carros e ignoram o que se passa” e esta “atitude da polícia também se estende às estradas”, refere.
Já no final do artigo, Javier admite que até percebe as queixas dos portugueses sobre a falta de estacionamento em Lisboa, mas diz que muitos já estacionam em cima dos passeios "por hábito", mesmo quando há estacionamentos, sem pagamento, ao lado.
O jornalista termina o artigo revelando que vive há quatro anos em Lisboa e que apenas foi multado por ter excedido o tempo do parquímetro. Nunca recebeu uma multa por ter estacionado em cima de um passeio, admitindo que foi “contagiado por este hábito” e já o fez mais do que uma vez.
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