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“Basta à inércia do Governo”, dizem investigadores da Polícia Judiciária

Como defende a ASFIC-PJ, o Governo está a “hipotecar o futuro da investigação criminal em Portugal”.

“Basta à inércia do Governo”, dizem investigadores da Polícia Judiciária
Notícias ao Minuto

16:32 - 10/09/18 por Filipa Matias Pereira

País ASFIC-PJ

Basta à inércia do Governo”. É desta forma que os investigadores da Polícia Judiciária se manifestam relativamente ao facto de o Executivo de António Costa, “através do Ministério das Finanças”, estar a “hipotecar o futuro da investigação criminal em Portugal”.

A posição é assumida pela Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (ASFIC-PJ) que, em comunicado enviado à redação do Notícias ao Minuto, defende que “acabou o tempo de espera pelas tão necessárias revisões à Lei Orgânica da Polícia Judiciária e ao respetivo Estatuto Profissional, além do urgente reposicionamento das carreiras”.

No entendimento da força sindical, “é impossível combater a corrupção quando a carreira de investigação criminal não é corrigida há 20 anos e há cinco que não entram pessoas novas”, alerta Ricardo Valadas, presidente da ASFIC-PJ, justificando as razões para dizer basta ao Governo: “Somos a carreira mais esquecida e prejudicada na Administração Pública. São já 20 anos durante os quais procurámos um diálogo íntegro, marcado pela mais profunda lealdade negocial, cuja resposta reiterada foi uma mão cheia de intenções. Agora, após um longo período negocial de dois anos com este Governo, não vamos aceitar atualizações estéreis à Lei Orgânica da PJ e ao regime estatutário”.

Em causa está, como reclama a ASFIC-PJ, “o futuro da investigação criminal que assim vê reduzida a capacidade de atrair novos inspetores e, principalmente, manter os poucos que ainda cumprem a missão a que se propuseram. Quem é que está disposto a investir anos em formação, para integrar uma carreira sem qualquer perspetiva de progressão?”, questiona.

Para a Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária, “o recorrente desinvestimento dos sucessivos Governos resulta numa inquietante preocupação para a ASFIC: A PJ não tem amigos nos partidos do arco da governação. Os sucessivos governos não querem entender que o dinheiro gasto na PJ não é um custo, mas sim um investimento. Quanto maior for a atividade da PJ, maior é também o prejuízo dos grupos instalados que delapidam os cofres do Estado. A criminalidade económica organizada e a corrupção utilizam meios altamente sofisticados e a investigação em Portugal é feita com meios obsoletos”.

Por isso, torna-se imperioso, como pode ainda ler-se no comunicado, que “as revisões à Lei Orgânica e ao Estatuto Profissional contemplem, entre outros itens, dois pontos essenciais: a adaptação da Polícia Judiciária aos novos fenómenos criminais e uma alteração profunda das carreiras, que valorize a atividade do profissional da investigação criminal e defina as condições de progressão na carreira”.

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