"Suficiente não é. Talvez ajude um pouco. Suficiente... não quero que os jovens se movam unicamente por esse género [de incentivos], mas enfim, podia ser pior", disse hoje Eduardo Lourenço à agência Lusa.
O ensaísta falava à margem da cerimónia da entrega do Prémio Eduardo Lourenço 2018, ao professor, investigador, tradutor, crítico literário e escritor espanhol Basilio Losada Castro, realizada na Sala Tempo e Poesia da Biblioteca Municipal da Guarda.
Instituído em 2004 pelo Centro de Estudos Ibéricos, com sede na Guarda, o prémio destina-se a galardoar personalidades ou instituições com "intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas".
Na opinião de Eduardo Lourenço, o que deveria fazer com que os jovens emigrantes regressassem a Portugal seria "a necessidade objetiva que eles têm de encontrar um sítio, na pátria, em que eles reconquistem o seu direito de ser português a tempo pleno e inteiro".
"Eles estão exilados, de algum modo, não é? São uma espécie de exílio. Esperemos que realmente as instâncias oficiais acabem com esses exílios desse género", concluiu o ensaísta.
Na 'rentrée' do PS, António Costa, secretário-geral do partido e primeiro-ministro, anunciou que o Orçamento do Estado de 2019 terá "incentivos fortes" para fazer regressar a Portugal quem emigrou entre 2011 e 2015, desde benefícios fiscais a deduções dos custos do regresso, como a redução de 50% no IRS.