"A Igreja parece que parou no tempo e vive num mundo à parte"

Joaquim Jorge diz que “a Igreja Católica tem de evoluir” ou vai continuar a perder cada vez mais crentes.

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© Joaquim Jorge

Natacha Nunes Costa
05/09/2018 16:09 ‧ 05/09/2018 por Natacha Nunes Costa

País

Joaquim Jorge

Joaquim Jorge, num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto esta quarta-feira, criticou a postura da Igreja perante a questão dos abusos sexuais protagonizados pelo clero e o seu “machismo institucional da Idade Média”.

Para o fundador do Clube dos Pensadores, “a Igreja Católica tem de evoluir e adaptar-se aos novos tempos pois parece que parou no tempo e vive num mundo à parte”, referindo-se à questão de não aceitar mulheres na sua hierarquia, ao celibato e ainda ao voto de pobreza e obediência.

Contudo, diz o também biólogo, esta postura rígida da Igreja, contradiz-se a si própria, pois basta confessar o pecado para o católico ser “perdoado”.

“Pode-se pecar, a seguir vamos ao confessionário e estamos salvos. O perdão divino limpa todos os pecados depois de rezar umas avé-marias!”, ironiza, adiantando que há um pecado que não pode ser perdoado: o da violação.

“O direito canónico considera o segredo de confissão, algo inviolável sob pena de excomunhão. Infelizmente assim respeita-se o segredo do pecador, mas não o pecado de quem o praticou- abusar de crianças. Neste caso, dever-se-ia ter em conta o direito penal e não o direito canónico, de forma a proteger as vítimas de crimes e poder perseguir os delinquentes”, explica.

Contudo, para Joaquim Jorge, a Igreja continua a ignorar os sinais que a sociedade lhe está a dar e continua a encobrir sacerdotes acusados de pedofilia, um crime “que não pode ter perdão e deve ser punido exemplarmente” e é por essa razão que, segundo o  comentador, “há cada vez menos católicos”.

Já quanto ao Papa Francisco, o fundador do Clube dos Pensadores elogia-o, mas não tem a certeza se o Sumo Pontífice vai conseguir “mudar este estado de coisas dentro da Igreja”.

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