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Direção de Agricultura preparada para levantamento de prejuízos dos fogos

A Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) do Algarve anunciou hoje que já tem equipas preparadas para fazer o levantamento de prejuízos causados nas produções florestais e agrícolas, na sequência do incêndio que lavra desde sexta-feira em Monchique.

Direção de Agricultura preparada para levantamento de prejuízos dos fogos
Notícias ao Minuto

13:25 - 09/08/18 por Lusa

País Monchique

O fogo alastrou depois a outros dois concelhos do distrito de Faro - Silves e, em menor proporção, Portimão - e ainda está com "pontos quentes" que preocupam a Proteção Civil e as equipas de combate, não havendo ainda condições no terreno para a entrada em segurança dos técnicos da DRAP, que aguardam autorização para poder aceder à zona afetada e iniciar o levantamento, disse o diretor de Serviços e Investimentos da DRAP à agência Lusa.

"Temos uma equipa a dar os primeiros passos e a reunir as pessoas nas instalações da DRAP em Portimão, até aproveitando a experiência que já há de outros incêndios, para estarem em termos operacionais preparados para, quando forem dadas ordens a nível superior, começarem a fazer o levantamento nas produções agrícolas", disse Júlio Cabrita.

O responsável da área de Serviços e Investimentos da DRAP Algarve disse que "ainda não há dados concretos sobre os prejuízos", mas adiantou que em Monchique "a principal atividade é a florestal", embora haja "também hortas familiares, construções agrícolas, armazéns, alfaias e máquinas" que podem ter sido afetadas.

Há ainda em Monchique, acrescentou, "destilarias de medronho na serra" e o concelho tem também "bastante notoriedade em termos de suinicultura, com um vasto comércio de produtos ligados ao porco".

Em Silves, as produções agrícolas são "mais heterogéneas", havendo pomares de frutos.

A mesma fonte sublinhou, no entanto, que os pomares são zonas "ordenadas, limpas e sem herbáceas secas", onde o fogo costuma ter mais dificuldade em progredir, embora não estejam totalmente a salvo de arder.

"A alfarrobeira é uma espécie que ajuda a travar fogo, ao contrário do eucalipto e do pinheiro bravo e manso", notou ainda a fonte da DRAP.

O diretor de Serviços de Investimentos da Direção Regional de Agricultura destacou, ainda, a dimensão da área ardida neste incêndio, que deflagrou na sexta-feira e entrou hoje no sétimo dia de atividade e já terá consumido 23.000 hectares (segundo dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais), comparando-a com a área total do concelho de Monchique, que ronda os 39.000 hectares.

"O concelho de Monchique tem cerca de 390 quilómetros quadrados, ou seja, aproximadamente 39.000 hectares. Se tiverem ardido 20.000 hectares só em Monchique, representa metade do território e vê-se bem o grau de devastação", disse.

O incêndio rural, que está a ser combatido por mais de mil operacionais, deflagrou na sexta-feira à tarde em Monchique, no distrito de Faro, e lavra também no concelho vizinho de Silves, depois de ter afetado, com menor impacto, os municípios de Portimão (no mesmo distrito) e de Odemira (distrito de Beja).

Segundo um balanço feito hoje de manhã, há 36 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 299 pessoas estão deslocadas e distribuídas por centros de apoio, depois da evacuação de várias localidades.

Outras nove pessoas acamadas estão dispersas por unidades de saúde.

Na terça-feira, ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.

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