Meteorologia

  • 29 MARçO 2024
Tempo
13º
MIN 8º MÁX 15º

Rios, lagoas e cascatas servem de refúgio ao calor em Vila Real

O calor está a aumentar e, em Vila Real, são cada vez mais os residentes, emigrantes ou turistas que vão a banhos nos rios, lagoas ou cascatas, próximos das localidades ou mais desconhecidos e isolados nas serras.

Rios, lagoas e cascatas servem de refúgio ao calor em Vila Real
Notícias ao Minuto

08:33 - 02/08/18 por Lusa

País Temperaturas

No distrito transmontano não há praias fluviais com bandeira azul, mas há muitos locais que servem de refúgio nos dias de maior calor, uns acessíveis outros selvagens e de acesso mais difícil.

Por esta altura, os habitantes locais cruzam-se nas estradas e nos trilhos com os muitos emigrantes que estão de regresso à terra natal e com turistas nacionais ou estrangeiros.

Um dos locais mais procurado fica no Parque Natural Alvão, entre Vila Real e Mondim de Basto. As Piocas de Cima antecedem as Fisgas de Ermelo, um das maiores quedas de água da Península Ibérica, e são pequenas lagoas de água límpida e fresca escavadas na rocha pelo rio Olo.

É preciso deixar o carro num parque de estacionamento improvisado na serra e descer um trilho sinuoso até chegar às piocas, onde, entre gigantescas rochas, o rio Olo cai em pequenas cascatas para as lagoas.

Não há areia, relva ou terra e as toalhas estendem-se pelas pedras duras que servem também de pranchas para os banhistas se atirarem à água.

O espanhol Rodrigo Núñez está de férias com a mulher, dois filhos e dois cães e foi parar às piocas sem querer.

"O parque é muito bonito e descobrimos as lagoas por casualidade. Vimos pessoas a descer, resolvemos vir atrás e encontramos esta maravilha, muito bom para passar estas horas de calor", afirmou à agência Lusa.

A família veio de Madrid numa autocaravana. De França também com a família e amigos veio Filomena Maria, natural de Mondim de Basto.

"Conheço este espaço desde pequenina. Isto sabe muito bem para tomar banho nestes dias de calor. Aqui estamos-se em paz, sossegados. Para mim é melhor que uma praia", salientou.

A emigrante referiu que o mais difícil foi descer, principalmente para os amigos franceses que nunca ali tinham estado. Às vezes até as pernas tremem com o receio da encosta íngreme e de pedras soltas.

Paula Magalhães, natural de Celorico de Basto e emigrante na Suíça, conhece as lagoas há alguns anos e disse que costuma vir todos os anos com a família.

"É sossegado, tranquilo, respira-se ar puro e nós gostamos muito. A descida é que é complicada, principalmente com as crianças, mas, devagarinho, chega-se bem", salientou.

Neste espaço criado pela natureza ao longo de muitos e muitos anos ouvem-se várias línguas: português, francês, inglês, espanhol. A maior parte dos banhistas parece ser estrangeira e ali até chegou um grupo de holandeses que queria ir visitar o Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Já ao descer da serra para a cidade de Vila Real, uma família de Viana do Castelo aproveitou a cascata de Galegos da Serra para fazer um piquenique e ir refrescar-se na água fresca da ribeira.

Uma pequena lagoa e quedas de água são o cenário que se encontra depois de descer por um trilho de terra e de degraus de pedra.

"Pesquisei por cascatas na internet e encontrei esta, perto da estrada e achei que era ótimo para nós. Com o calor que está isto é do melhor, a água está boa, um bocadinho fresquinha ao entrar, mas depois está ótima", afirmou Nelson Ribeiro, emigrante em França.

A mãe Libânia Ribeiro, que vive em Viana do Castelo, lamentou não conseguir descer pelas fragas para ir à água refrescar-se. "Está muito calor, mas não tenho coragem, tenho medo de escorregar", salientou.

Jéssica Nunes e os amigos vivem na aldeia de Sirarelhos e costumam passar as tardes quentes na cascata. Já estão habituados a partilhar o espaço com gente de fora que ali vai chegando. "A água é fresca e é funda, ótima para o banho", referiu a jovem.

Junto a Vila Real, nas Flores, uma pequena represa no rio Corgo serve de praia para quem vive na cidade ou aldeias próximas.

Cláudia Madureira disse que, neste verão, esta é apenas a segunda vez que vem ao rio das Flores por causa do tempo incerto. "É um sítio agradável para estar, tem aqui este bocado de areia que dá para estender a toalha", referiu.

Susete Tavares aproveita os dias de folga para ir ao rio com o filho e amigos. "A água é quentinha e é segura para os meninos, aqui podem andar à vontade", salientou.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a temperatura vai subir de forma acentuada em Portugal continental a partir de hoje, mantendo-se muito elevada até ao fim de semana, com os avisos laranja a passarem a vermelhos (o nível mais grave) a partir de quinta-feira à manhã de sábado.

Os distritos abrangidos pelo aviso vermelho por causa da persistência de valores elevados da temperatura máxima são Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Santarém, Beja, Castelo Branco, Portalegre e Guarda.

O IPMA adverte que as temperaturas máximas vão estar "muito acima dos valores normais para a época", próximas dos 40ºC, com exceção da costa sul do Algarve, onde serão entre os 30 e os 35ºC.

No interior do Alentejo, Vale do Douro e do Tejo e Beira Baixa, a temperatura máxima deverá atingir valores da ordem dos 45°C, "podendo ser alcançados máximos absolutos em vários locais".

Os valores da temperatura mínima, de acordo com o IPMA, têm igualmente tendência para uma subida gradual, "atingindo no final da semana valores próximos de 25°C em grande parte do território, aproximando-se dos 30°C em alguns locais do interior Centro e Sul, em especial no Alto Alentejo".

O sul do território continental poderá ser afetado a partir de hoje, também, por poeiras em suspensão provenientes do norte de África.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório