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Morreu fadista Celeste Rodrigues. Tinha 95 anos

A fadista Celeste Rodrigues morreu hoje, aos 95 anos, confirmou à Lusa o neto Diogo Varela Silva. Irmã de Amália Rodrigues e responsável por êxitos como 'A Lenda das Algas', era uma "lenda viva", para Madonna, mas foi Argentina Santos a reconhecer-lhe o segredo, "uma caixinha de música na garganta".

Morreu fadista Celeste Rodrigues. Tinha 95 anos
Notícias ao Minuto

11:29 - 01/08/18 por Notícias Ao Minuto com Lusa

País Óbito

com um enorme peso no coração, que vos dou a notícia da partida da minha Celestinha, da nossa Celeste. Hoje deixou uma vida plena do que quis e sonhou, amou muito e foi amada, mas acima de tudo, foi a pedra basilar da nossa família, da minha mãe, da minha tia, dos meus irmãos, sobrinhos e filhos, somos todos orgulhosamente fruto do ser humano extraordinário que ela foi", escreveu Diogo Varela Silva na rede social Facebook, remetendo para mais tarde informações adicionais.

Nascida no Fundão, em 14 de março de 1923, a irmã de Amália Rodrigues iniciou a carreira há 73 anos, ao aceitar o convite feito pelo empresário José Miguel (1908-1972), detentor de vários teatros e casas de fado, entre os quais o Café Casablanca. Do seu repertório constam, entre outros temas, 'A Lenda das Algas' e o 'Fado das Queixas'.

Em maio, Celeste Rodrigues cantou no palco do Teatro Tivoli, em Lisboa, e, na altura, disse à Lusa que "cantar é sempre uma alegria, mas ainda mais nesta idade, porque não é fácil ter ainda um bocadinho de voz" para que se "atravesse" a cantar.

Depois do convite para cantar no Casablanca, Celeste Rodrigues fez parte de uma companhia teatral que seguiu em digressão para o Brasil, em que era vedeta a sua irmã Amália Rodrigues, e que apresentava a opereta 'Rosa Cantadeira' e a revista 'Bossa Nova'.

Ao longo da carreira fez parte dos elencos de várias casas de fados, como o Café Latino, o Marialvas, Adega Mesquita, Tipóia e Adega Machado e a Parreirinha de Alfama, de Argentina Santos, que chegou a comentar que Celeste Rodrigues tinha "uma caixinha de música na garganta".

Em 2005, o encenador Ricardo Pais, então diretor do Teatro Nacional São João, no Porto, convidou a fadista a participar no espetáculo 'Cabelo Branco é Saudade', ao lado de Argentina Santos, Alcindo de Carvalho (1932-2010) e Ricardo Ribeiro, e com o qual fez uma digressão europeia.

Em 2007, editou o álbum 'Fado Celeste', no qual gravou fados tradicionais e inéditos com letras de autores contemporâneos, como Hélder Moutinho, José Luís Gordo e Tiago Torres da Silva.

No mesmo ano foi homenageada pela Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF), no Museu do Fado, num reconhecimento da "voz bonita, capacidade interpretativa e regularidade de uma carreira", segundo declarações de Julieta Estrela de Castro, presidente da APAF à agência Lusa.

Em 2010, estreou-se o documentário sobre a sua vida, 'Fado Celeste', realizado pelo neto Diogo Varela Silva, e recebeu a Medalha de Prata da Cidade de Lisboa, no cinema S. Jorge. Em 2015, pelos seus 70 anos de carreira, a secção Heart Beat do Festival DocLisboa, abriu com uma remontagem do documentário, intitulado, apenas, 'Celeste'.

Em 2012, o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva condecorou-a com a Ordem do Infante D. Henrique, grau de comendador.

Recentemente, a fadista foi notícia por ter protagonizado um dueto com Madonna, tendo sido apelidada pela rainha da pop como uma "lenda viva". 

Recorde, aqui, esse momento.

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